Sendo que o que dizem estes os dois comentadores vale o que vale, neste caso, vale para dizer que até dentro do BE há quem seja incapaz de perceber esta moção de censura sem recorrer à evidência:
Esta moção de censura tem vários objectivos, nenhum deles consequente, responsável ou objectivo. Mais propriamente, é mais uma brincadeira do BE no seu permanente jogo de polítiquices e eleitoralismos gratuitos que mais não servem do que para alimentar o seu enorme umbigo que apelidam de "nova esquerda" ou "esquerda moderna".
As explicações resumem-se a: "mediatismo nas tvs e jornais durante um mês", "dar um balão de oxigénio ao PS na manutenção do poder", "anular uma possível moção de censura do PCP posteriormente", "pedir desculpas ao eleitorado de esquerda pelo apoio a Manuel alegre", "tentar fazer um ajuste de contas histórico com os comunistas". As palavras não são minhas mas sim de Daniel Oliveira.
E para que não continue a afirmar que a tão famosa convergência de esquerda, tão proclamada por esses gurus da esquerda moderna que integram o BE, é impossível devido ao sectarismo do PCP, aqui fica uma opinião vinda do próprio BE.
Referir ainda que, como é evidente, não se procuram convergências à esquerda, combatendo permanentemente o maior partido de esquerda em Portugal. E esse, é indicutivelmente o PCP.
Mas afinal, esse sempre foi grande papel que o BE assumiu: Combater o PCP por todos os meios possíveis. Este BE tem como divisa: "tentar dividir para (tentar) reinar". Enfim...
Aqui fica a prova disso pela boca de um Bloquista, Daniel Oliveira.
O que é preciso desmascarar é que tanto as "intenção" do PCP, como a Moção de Censura que o BE vai apresentar,são duas formas de se querer mostrar uma certa "radicalidade" parlamentar, quando em termos práticos se desmobiliza a luta social,contra as medidas anti-laborais e de austeridade (como aconteceu durante todo o periodo que decorreu entre 24 de Novembro, até 29 de Janeiro) facilitando-se ao governo a promulgação do PEC3/4 e inclusive a vitória a C.Silva.
Nas actuais circunstâncias,o importante é mobilizar-mos as massas para se resistir à actual ofensiva de recuperação capitalista,e aos poucos criarmos as condições para alterarmos a actual correlação de forças, que neste momento é bastante favorável às forças do capitalismo. Só neste caminho de acção e mobilização das massas trabalhadoras poderemos fazer estagnar esta ofensiva, e na medida que a correlação de forças nos vá favorecendo e a luta se radicalizar é que podemos fazer recuar o capital/governo e até derrotá-lo.
Fora deste quadro de mobilização e luta e não tendo em conta a actual correlação de forças e o quadro constitucional parlamentar, qualquer "intenção" ou apresentação de qualquer Moção de Censura é apenas uma iniciativa OPORTUNISTA e DEMAGÒGICA (para "inglês ver) que servirá objectivamente o Governo/PS ou o P"SD" ou o conjunto dos partidos capitalistas, PS/PSD/CDS.
Penso ainda que a opinião que manifesta sobre a combinação da luta de massas com a moção de censura,a existir, só poderia ser numa fase muito avançada da luta e de abertura de uma crise revolucionária, onde esteja já projectado pela alteração da correlação de forças a favor do proletariado, o assalto à fortaleza capitalista. De outra forma é substituir governo reaccionário, por outro reaccionário e sempre com maiores prejuízos para o proletariado e restantes camadas sociais trabalhadoras, não assalariadas.
Sobre a luta ideológica,eu só o chamei atenção para o meu comentário no "cravodeabril", no entanto é natural que entre comunistas haja pontos de divergência e como tal só a luta ideológica as pode sanar. Se tivesse havido muita luta ideológica e vigilância, possivelmente hoje não estavamos a lamentar as derrotas e traições que se praticaram ao socialismo na U.Soviética, na China e em outros países.
Um abraço A Chispa!
Nota: Passe pela "A CHispa!" e leia o excelente comunicado da PAME e depois compare as suas posições revolucionárias, com o que se passa em Portugal. Gostaria de saber a sua opinião.