"Quem luta, nem sempre ganha, mas quem não luta, perde sempre!"

 
Segunda-feira, 31 de Março de 2008
A verdade oficial e a verdade oculta (II)

A falta de tempo disponível para a necessária confirmação de alguns factos  através do recurso a alguns arquivos e à estante dos livros, tal como a vontade de escrever sobre outros assuntos, provocaram um interregno nos “post’s” dedicados ao maquiavélico plano de destruição da República Federativa da Jugoslávia.

A auto-proclamação de indepêndência do Kosovo não só é inseparável deste plano, como é  uma parte desse mesmo plano.

Assim, o tema ainda não terminou. Ao Kosovo propriamente e ao UCK, lá chegaremos. Por agora, retomo os textos sobre o percurso percorrido até aí.

Logo após a auto-proclamação de independência da Croácia e Eslovénia, o Parlamento bósnio declara a Bósnia-Herzegóvina um estado independente. Os sérvios desta região não aceitam a decisão e recusam-se a integrar este estado independente.

Os representantes sérvios no Parlamento anunciam a intenção de permanecer na Jugoslávia ou em alternativa, pertencerem à um estado Sérvio, que incluiria a própria Sérvia, além de porções da Bósnia-Herzegóvina e da Croácia.

Tal como Franco Tudjman na Croácia, também Alija Izetbegovic na Bósnia, não é flor que se cheire e não deixa dúvidas sobre as suas ideias fundamentalistas quando em plena campanha eleitoral publica a sua “Declaração Islâmica”. Nessa declaração pode ler-se o seguinte:
«Não existe paz nem coexistência entre a religião islâmica e as instituições sociais e políticas não islâmicas».

Izetbegovic, instaurou na Bósnia um regime corrupto e mafioso que se sustentava através do lucrativo mercado negro e no desvio da ajuda internacional. Com a benção dos EUA levou para a Bósnia milhares de mercenários islamitas, como descreverei mais adiante.

Em 1992, e com a guerra da Croácia ainda em curso, deflagra a guerra da Bósnia.
Mais uma vez, a responsabilidade é atribuída exclusivamente aos sérvios e a Slobodan Milosevic.

Mais uma vez, a versão oficial da história sonega uma parte importante dos acontecimentos e as ingerências estrangeiras no conflito.

A Croácia, inicialmente concorda e apoia a criação de um estado independente Bósnio.
Poucos meses depois, as pretensões expansionistas croatas levam Tudjman a mudar de opinião. A Croácia reivindica uma parte do território bósnio habitado por croatas e o exército croata entra na Bósnia e no conflito. O objectivo é consumar a anexação à Croácia desses mesmos territórios.
Com a consolidação das suas posições na Bósnia, os croatas, passam também a combater os sérvios da Bósnia ao lado das forças muçulmanas de Alija Izetbegovic. Tentavam assim derrotar as forças sérvias através de duas frentes, pois os combates com os sérvios na Crácia continuavam.

Os EUA e a NATO, impõem um bloqueio marítimo à Jugoslávia estrangulando ainda mais a economia e a sociedade da Sérvia e Montenegro.

Os EUA, jogavam cartas importantes por cima e por baixo da mesa.
Entre 1992 e 1994, os EUA criaram 3 delegações de alto nível que tinham como missão pressionar Belgrado a alinhar com a política americana para os Balcãs. Estas intenções sairam frustradas porque a Jugoslávia nunca aceitou as pressões americanas e não abdicou de ser dona da sua soberania. A Jugoslávia negava-se terminantemente a que o Ocidente lhe impusesse o seu modelo tal como a sua entrada na NATO.
Isto era especialmente grave porque se tratava de uma região geo-estratégica importante para a passagem das vias energéticas da Ásia Central e porque possuía importantes recursos minerais.

Enquanto se exerciam estas pressões, os americanos através da CIA, com a ajuda dos serviços secretos paquistaneses e grupos islamitas controlados pela CIA, apoiavam fortemente o Exército Muculmano da Bósnia na desestabilização da região e na luta contra os sérvios.
Segundo um relatório governamental holandês, os EUA desrespeitando os acordos das Nações Unidas e violando o embargo do seu Conselho de Segurança à venda de armas a qualquer grupo armado no conflito da Jugoslávia, formaram uma rede secreta de venda de armas através da Croácia e utilizaram os islamitas para armar os muçulmanos da Bósnia.
Através desta rede, o Irão com a benção dos EUA, fazia chegar até aos muçulmanos da Bósnia grandes quantidades de material militar como foguetes de 107 e 122 mm fabricados pela China ou lança-foguetes VBR-230 fabricados pelo Irão, além de outras munições.

Curiosamente, estas operacões encobertas dos serviços secretos americanos na Bósnia, estão documentadas num extenso relatório do Congresso americano elaborado pela Comissão do Partido Republicano e publicado em 1997. Este relatório, acusa a administração Clinton de ser cúmplice na entrega de armas iranianas ao governo muçulmano de Sarajevo e ter ajudado a converter a Bósnia numa base militante islâmica, colocando inclusive sob ameaça a missão da SFOR.
Mas nem só de armamento e financiamento se fez o envolvimento americano na guerra da Bósnia. A CIA havia recrutados inúmeros muçulmanos para lutar contra os soviéticos no Afeganistão que estavam agora praticamente sem ocupação. Com ordenados de cerca de 3.000 dólares por mês, estes combatentes foram deslocados para a Bósnia onde foram juntar-se ao exército muçulmano.
Um relatório publicado em outubro de 1994, pela International Media Corporation Defense and Strategy Policy, sediada em Londres, relata que houve mesmo um grande fluxo de mujahedins afegãos para a Bósnia neste ano. Estes mujahedins eram transportados de forma encoberta para Ploce na Croácia. Aqui adquiriam documentação falsa e viajavam depois para Kupres, Zenica e Banja Luka na Bósnia onde se juntavam às forças bósnio-muçulmanas.
A mesma fonte informava que os mujahedins chegavam a Ploce (Croácia), acompanhados por forças especiais americanas equipadas com meios de comunicação de alta tecnologia. A missão destas forças especiais era establecer uma rede de comando, controle e comunicações para coordenar e apoiar a ofensiva bósnio-muçulmana em coordenação com os mujahedins e as forças bósnio-croatas nas regiões citadas.

Ironia das ironias, muitos destes “amigos” de então, viriam mais tarde a ser os principais “inimigos” públicos dos EUA. Bin Laden, que chegou mesmo a deslocar-se a Sarajevo no ínicio do conflito, foi quem recrutou e treinou com o apoio da CIA muitos dos mercenários muçulmanos deslocados para combater ao lado das forças bósnio-muçulmanas. Al Zawahiri, braço direito de Bin Laden, era no início dos anos 90 o chefe de operações da rede islamita na Bósnia. Dos sete principais terroristas culpados do 11 de Setembro, pelo menos quatro – Al Hazmi, Al Midhar, sheik Mohamed e Binalschib – combateram na Bósnia contra os Sérvios.

Mais um exemplo das alianças contra-natura americanas. Depois o feitiço acaba sempre por virar-se contra o feiticeiro.

 

Este "post" é a continuação de: "A verdade oficial e a verdade oculta(I)"; "O expansionismo alemão e a Jugoslávia"; "O estado fantoche"



publicado por vermelho vivo às 00:06
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Domingo, 30 de Março de 2008
Nem só de pão vive o homem...

Porque hoje é Domingo, apetece-me trazer até aqui Hilary Swank.

Se mais não fosse, Dália Negra e  Million dollar baby - Sonhos vencidos, justificam-no perfeitamente.

 



publicado por vermelho vivo às 23:02
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Quarta-feira, 26 de Março de 2008
A democracia segue dentro de momentos...

A política de autoritarismo - que o mesmo é dizer: quero, posso e mando - do governo Sócrates, já se estendeu à Câmara de Lisboa. Não é de espantar, pois o actual presidente do munícipio da capital é exactamente o mesmo António Costa que foi n.º 2 do governo Sócrates e como tal co-autor e co-responsável dos triste métodos anti-democráticos e pequeno-ditaturiais implementados pelo governo PS/Sócrates.

A notícia está aqui:

Vereadores do PSD abandonam reunião em protesto contra "atentado à democracia"

Curioso neste caso do município de Lisboa é o facto de António Costa ter como muleta de apoio, nem mais, nem menos que... José Sá Fernandes do BE. Sim, esse mesmo! Aquele que aparecia no cartaz com o slogan: O ZÉ FAZ FALTA!

António Costa nunca o disse publicamente, mas deve estar extremamente feliz com a sua companhia. Acredito que pensa - e quem sabe se até não o terá já revelado em círculo privado:

Este ZÉ fazia-ME mesmo falta. É porreiro, pá!

Outra curiosidade reside no facto de os Bloquistas andarem tão preocupados com as questões internas do PCP e da influência destes nos sindicatos, e aceitarem tão silenciosamente a actuação do seu eleito na Câmara de Lisboa, pouco condizente com o discurso corrente coerência do BE. Desde o assobio para o lado no caso dos despedimentos na CML até à participação activa nesta peça pouco dignificante para o exercício da democracia e o respeito pela vontade maioritária da oposição, temos visto de tudo um pouco.

Mas tal como dizia Frei Tomás: Olha para o que digo, não olhes para o que eu faço.

Ruben de Carvalho, vareador do PCP afirmou: "Assistimos a um episódio que pensei que jamais acontecesse nesta Câmara. Como não vos agradou o resultado da discussão, em desrespeito pela democracia, retiraram a proposta, com todo o desplante e ainda ameaçam que a vão pôr em prática depois de saberem a opinião da Câmara".

O vereador comunista garantiu ainda que se se repetir no futuro a situação "inqualificável", os vereadores do PCP farão "protesto político por todos os recursos à sua disposição".

Simplesmente, lamentável!



publicado por vermelho vivo às 23:08
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Sexta-feira, 21 de Março de 2008
Pedra Filosofal

E porque hoje é o dia mundial da poesia, aqui fica este extraordinário poema de António Gedeão.

 

Pedra Filosofal

 

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
 

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
 

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
 

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

 

António Gedeão



publicado por vermelho vivo às 23:59
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Não passarão!

Não tinha conhecimento deste caso, mas trago-o aqui pela mão de Fernando Samuel, via Cravo de Abril.

 

O DIA-A-DIA DE SÓCRATES


Acentua-se perigosamente o pendor persecutório e repressivo do Governo PS/Socrates.

O desprezo por direitos, liberdades e garantias consagrados na Constituição é o pão nosso de cada dia deste Governo que, cada vez mais, dá mostras de total incompatibilidade com a democracia e a liberdade.

 

Ontem de manhã, um grupo de activistas do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), jovens na sua maioria, foi interpelado por agentes da PSP que tentaram impedi-los de colocar duas faixas de pano com as inscrições:

«CINCO ANOS DE OCUPAÇÃO - CINCO ANOS DE RESISTÊNCIA - OCUPANTES FORA DO IRAQUE»,

e

«PAZ NO IRAQUE».

 

Os jovens resistiram à ordem ilegal e, invocando a Constituição, colocaram mesmo as faixas.

Acabaram por ser identificados.

Possívelmente, virão a ser alvo de processo criminal, como com cada vez maior frequência acontece nesta «democracia» em que vivemos - uma «democracia» que crescentemente nos traz à memória o tempo de Salazar/Caetano.

 

Com efeito, estes «democratas» que estão no poder - e que acumulam essa qualidade com a de «socialistas» - comportam-se como continuadores desses outros «democratas» que durante 48 anos oprimiram e reprimiram Portugal e os portugueses.
Por enquanto, sem as «botas cardadas» desses tempos, mas, de certa forma, fazendo o mesmo com os «pézinhos de lã» adequados aos tempos actuais.

 

É preciso dizermos-lhes - e demonstrarmos-lhes - que NÃO PASSARÃO!



publicado por vermelho vivo às 23:28
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Quinta-feira, 20 de Março de 2008
Peões em Jogo

“Peões em Jogo” é mais um excelente filme Robert Redford.

 

As manipulações políticas, as relações promíscuas entre o poder e os média, o papel dos média no jogo político.

A educação na América, uma juventude cheia de incertezas no futuro, levando uns à desmotivação desperdiçando assim o seu potencial, outros ao alistamento nas forças armadas americanas como tentativa de saída para o futuro.

A guerra do Afeganistão, a luta pela sobrevivência nas montanhas afegãs e as mentiras dos políticos nos gabinete sobre o desenrolar desta guerra, a guerra como instrumento de sobrevivência política.

Tudo isto se encontra presente em “Peões em Jogo”.

Robert Redford, consegue de uma forma sublime, trazer à discussão um tema actualíssimo ao tocar na podridão da América de hoje.

Para além de um excelente argumento, três grandes actores, Robert Redford, Tom Cruise e Meryl Streep, enchem o ecrãn com excelentes interpretações.

Extraordinária a cena final em que o estudante está sentado no sofá a ver um programa na TV. O programa é interrompido abruptamente por uma "notícia de última hora". A notícia é o anúncio de divórcio de uma qualquer socialité, em roda pé e num plano secundário aparece a notícia de 2 soldados americanos (Arian e Ernest) mortos no Afeganistão. Um retrato perfeito do intencional conteúdo de interesse que os média procuram introduzir na sociedade, em detrimento da realidade. Sobre essa realidade não convém que os cidadãos se debrucem, como tal há que direccioná-los para outros entretenimentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“São no total 90 minutos de argumentação e discussão de ideias, com Robert Redford a transmitir segurança e experiencia no cargo de realizador, e o elenco a provar ser uma cartada de ases de copas, tudo superlativo e aparentemente sem falhas. Invulgar, alarmante, inteligente, complexo, Lions For Lambs é um drama poderoso deste final de época, claramente não será integrado na categoria de Melhor Filme dos Óscares, devido á sua catalogação de thriller político, mas é de facto dos melhores do ano.”

in: Boletim do Cineclube de Guimarães

Sem dúvida, um dos melhores filmes que vi ultimamente!



publicado por vermelho vivo às 23:58
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Quarta-feira, 19 de Março de 2008
Iraque - 5 anos depois

 

Há 5 anos atrás, no dia 19 de Março de 2003, os EUA e mais alguns países europeus iniciaram a criminosa e bárbara agressão contra o Iraque.

Esta agressão criminosa, foi suportada com 935 declarações falsas proferidas pelos governantes americanos. Estas declarações falsas e mentirosas, foram usadas também pelos outros governantes europeus que se serviram delas para intoxicar e convencer a sociedade da necessidade desta invasão.

Nesta cabala montada pelos americanos, são figuras de proa além de G. W. Bush, Tony Blair, José Maria Aznar, e o nosso pomposo Durão Barroso.

5 anos depois do inicio da agressão, o balanço é desastroso a todos os niveis e o Iraque é um completo caos.

Entre outros dados demonstrativos do pântano em que os EUA tranformaram o Iraque, podemos constatar que:
Segundo dados da ONG Oxfam e publicados pela insuspeita Amnistia Internacional, 8 milhões de iraquianos necessitam de ajuda de emergência, 70% dos iraquianos não tem acesso a água potável, 43% vivem com o equivalente a menos de 1 dólar por dia e o indice de desnutrição infantil aumentou 19% relativamente ao periodo de 1991-2003, altura em que o Iraque sofria sanções internacionais.
Desde Março de 2003, morreram no Iraque: Mais de 150.000 iraquianos, 3.992 militares americanos - à média de 2,2 militares americanos mortos por dia, 175 militares ingleses, 133 militares de outras nacionalidades, mais de 1.000 contratados estrangeiros a prestar serviços neste país - várias entidades independentes afirmam que estes números pecam pela escassez e que os números são muito mais elevados.
Ainda, 29.314 soldados americanos feridos, destes, cerca de 30% com deficiências fisicas para o resto da vida, um número indeterminado (várias dezenas de milhar) de feridos iraquianos.

Desde 2004 que a pena de morte voltou a aplicar-se no Iraque e centenas de pessoas tem sido condenadas à morte. Só em 2007 foram executadas 33 pessoas. Muitas delas condenadas em tribunais sem a mínima garantia processual e de imparcialidade.

5 anos depois, a democracia que os americanos tanto apregoavam para o Iraque traduz-se nestes números e nesta realidade aqui referida.

É inacreditável mas é verdade, que um país, os EUA, na sua aventura belicista e com única intenção de impôr a sua política estratégica e em simultâneo salvaguardando os interesses financeiros de meia dúzia de criminosos (Bush, Cheney, Wolfowitz, e ca.) com interesses no negócio do petróleo e na indústria de armamento e segurança, se permitam levar a cabo este genocidio com a conivência da maior parte do mundo.

Continuo a ter esperança que a justiça será feita. Pela acção das instituições judiciais ou pela acção da sociedade, acredito que estes criminosos, com Durão Barroso incluído, ainda responderão pelos genocídio e catástrofe humana que desencadearam.
Não faz sentido criar tribunais especiais para e ex-Jugoslávia, para o Ruanda, ou outros, quando os mais perigosos criminosos e responsáveis pelos maiores crimes humanitários estão imunes à justiça.

5 anos depois, também não posso deixar passar em branco a coragem e a abnegação da resistência do povo iraquiano. Perante um tão grande desequilibrio de forças e meios, em condições dificilimas devido ao grande controle territorial exercido pelas forças americanas e do exército iraquiano transformado em instrumento de combate ao serviço dos EUA, a luta de resistência do povo iraquiano contra a invasão da maior potência militar do mundo, tem sido heróica.



publicado por vermelho vivo às 23:58
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Domingo, 16 de Março de 2008
E à terceira... foi quase, outra vez.

Esta foi a terceira vez que o Vitória chegou à final da Taça de Portugal de voleibol, e desta vez... voltou a ficar pelo quase e voltou a perder.

Nas outras duas finais a culpa foi da falta de maturidade... da inexperiência em finais... e agora?

A verdade é que o Sp. Espinho ganhou merecidamente. Foi sempre superior e ponto final.

Nem a habitual grande presença dos adeptos vitorianos que se deslocaram à Régua, nem a experiência dos jogadores que esta época compõem o plantel do Vitória, Gaspar, Azenha, Flávio cruz, Filipe Cruz, Cocato, Peixoto... nem a confiança e expectativa provocadas pelo triunfo sobre o Benfica na passada quarta-feira foram capazes de contrariar o desempenho habitual: Falhar no momento crucial.

Isto sem desmerecer o Sp. Espinho que tem efectivamente uma grande equipa e como já disse, foi sempre superior ao Vitória.

Depois de três finais de Taça perdidas e duas finais do campeonato nacional, esperemos que a final do play-off da campeonato nacional seja diferente e que esta equipa e o seu treinador mostrem estofo suficiente para brindar estes adeptos com o título e não com a frustração já vivida por cinco vezes.

Independentemente disso:

"Aconteça o que acontecer, somos Vitória até morrer!"



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Os servos do poder (II)

Há uns dias escrevia aqui sobre o tratamento desigual e intencional com que alguns órgãos de comunicação social pautam a sua informação. Esse tratamento desigual, entre muitos outros elementos facilmente detectáveis, revela-se também no escamoteamento intencional da relevância de alguns acontecimentos em contraponto com a grande relevância conferida a outros.

Assim, previa e dizia eu que, este diário - Público - após não ter dedicado uma única palavra na sua primeira página à grande manifestação convocada pelo PCP, onde estiveram mais de 50.000 portugueses, teria de certeza uma atitude diferente quando 15 dias depois se realizasse o comício do PS. Dizia ainda que provavelmente este acontecimento ocuparia a primeira página do jornal.

Pois é. Não me enganei! E não é vidência, não!  É apenas a leitura óbvia da postura permanente de serviçal que este jornal presta ao poder dominante e ao capital.

Cá fica a primeira página do "Público" de hoje.

Infelizmente, este constatar da razão que tinha, e tenho, não é motivo de regozijo. Bem pelo contrário, é um motivo de grande preocupação. Esta manipulação da informação abala completamente a credibilidade e a isenção da informação que se exige num país livre e democrático.



publicado por vermelho vivo às 12:58
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Sexta-feira, 14 de Março de 2008
Solidariedade

Porque me parece pertinente e demonstrativo da desfaçatez das afirmações do ministro Santos Silva em Chaves. Em Solidariedade com o meu camarada António Vilarigues e todos os outros camaradas que têm justas razões para se sentirem insultados com as afirmações do ministro, tomei a liberdade de transcrever aqui neste blog a "Carta Aberta ao Senhor Ministro dos Assuntos Parlamentares" escrita por António Vilarigues, e publicada no seu blog, O Castendo.

 

Exmº Senhor Ministro Augusto Santos Silva,

Venho por este meio informá-lo que me sinto insultado pelas suas afirmações proferidas ontem à noite, em Chaves e dadas hoje à estampa na comunicação social escrita.

Foi o comunista do meu pai, Sérgio Vilarigues, que esteve preso 7 anos (dos 19 aos 26) no Aljube, em Peniche, em Angra e no campo de concentração do Tarrafal para onde foi enviado já com a pena terminada. Que foi libertado por «amnistia» em 1940, quatro anos depois de ter terminado a pena. Que passou 32 anos na clandestinidade no interior do país, o que constitui um recorde europeu. Não foi ao seu pai, e ainda bem, que tal sucedeu.

Foi a comunista da minha mãe, Maria Alda Nogueira, que, estando literalmente de malas feitas para ir trabalhar em França com a equipa de Irène Joliot-Curie, pegou nas mesmas malas e passou à clandestinidade em 1949. Que presa em 1958 passou 9 anos e 2 meses nos calabouços fascistas. Que durante todo esse período o único contacto físico próximo que teve com o filho (dos 5 aos 15 anos) foi de 3 horas por ano (!!!). Que, sublinhe-se, foi condecorada pelo Presidente da República Mário Soares com a Ordem da Liberdade em 1988. Não foi à sua mãe, e ainda bem, que tal sucedeu.

Foi a mãe das minhas filhas, Lígia Calapez Gomes, quem, em 1965, com 18 anos, foi a primeira jovem legal, menor (na altura a maioridade era aos 21 anos), a ser condenada a prisão maior por motivos políticos – 3 anos em Caxias. Não foi à sua esposa, e ainda bem, que tal sucedeu.

Foi a minha filha mais velha, Sofia Gomes Vilarigues, quem até aos 2 anos e meio não soube nem o nome, nem a profissão dos pais, na clandestinidade de 1971 a 1974. Não foi à sua filha, e ainda bem, que tal sucedeu.

Fui eu, António Vilarigues, quem aos 17 anos, em Junho de 1971, passou à clandestinidade. Não foi a si, e ainda bem, que tal sucedeu.

Foi o caso do primeiro Comité Central do Partido Comunista Português eleito depois do 25 de Abril de 1974. Dos 36 membros efectivos e suplentes eleitos no VII Congresso (Extraordinário) do PCP em 20 de Outubro de 1974, apenas 4 não tinham estado presos nas masmorras fascistas. Dois tinham mais de 21 anos de prisão. Com mais de 10 anos de prisão eram 15, entre eles Álvaro Cunhal (13 anos).

São casos entre milhares de outros (Haja Memória) presos, torturados e até assassinados pelo fascismo. Para que houvesse paz, democracia e liberdade no nosso país.

Para que o senhor ministro pudesse insultar em liberdade. Falta-lhe a verticalidade destes homens e mulheres. Por isso sei que não se retratará, nem muito menos pedirá desculpas. As atitudes ficam com quem as praticam.

                    

Penalva do Castelo, 8 de Março de 2008

António Nogueira de Matos Vilarigues



publicado por vermelho vivo às 00:12
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