"Quem luta, nem sempre ganha, mas quem não luta, perde sempre!"

 
Domingo, 31 de Outubro de 2010
Porque hoje é Domingo...

Tanto Mar é uma belíssima cancão de Chico Buarque de Hollanda, que além desta, compôs inúmeras outras belíssimas canções.
 

Chico Buarque escreveu uma primeira versão de Tanto Mar em 1975, homenageando a Revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal. Esta versão foi censurada no Brasil sendo permitida apenas a sua edição instrumental.
Uma segunda versão foi gravada em 1976 após o golpe contra-revolucionário de 25 de Novembro de 1975 e aborda o fim do período revolucionário que por cá se vivia.
 

Curiosamente, desde aí até aqui os caminhos cruzaram-se:
O Brasil caminha claramente mais à esquerda, Portugal caminha cada vez mais à direita.
 

Os resultados também são bem visiveis:
O Brasil está no caminho do progresso, Portugal... Todos sabemos como está.
 

Lamentavelmente, a distância a que estamos da Revolução de Abril é cada vez maior. E, como é óbvio, não estou a falar da distância temporal.

Por isso, passados estes anos todos, apetece retribuir e dizer ao Chico Buarque:

Aí faz primavera pá. Cá estou doente. Manda urgentemente um cheirinho de alecrim.
 

Hoje há eleições no Brasil. Eleições essas que, espero, ditarão a continuidade do Brasil no caminho do progresso, com Dilma Rousseff na presidência.
 

Daí que a escolha de hoje seja obrigatóriamente Brasileira.

 

Cá ficam as duas versões. Ambas lindíssimas na letra e na música.

 

1:ª versão - 1975

 

2.ª versão - 1976



publicado por vermelho vivo às 10:04
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Sábado, 30 de Outubro de 2010
reflexões que a democracia tece

Esta coisa da crise e o folhetim protagonizado pelo PS / PSD sobre o orçamento e que teve o seu epílogo na sexta-feira (e tal como era previsivel porque é assim que acontece em todas as novelas e folhetins, tudo acabou bem. Vão ser todos muito felizes, os bancos, os grupos económicos, os políticos do poder e os que se preparam para lhe suceder no próximo ano, os amigos dessa gente, os corruptos, enfim, não vai faltar gente feliz com este epílogo. É verdade que tanta felicidade não vai chegar à maioria dos portugueses que são os trabalhadores e o povo que vivem honestamente do seu trabalho, ou sobrevivem com as merecidas reformas depois de dezenas de anos de trabalho e contribuição para a segurança social, aqueles que por causa da tal crise estão desempregados, ou aqueles que por infelicidade são doentes e necesitam de medicamentos, entre muitos outros, esses, vão ver a sua carteira mais vazia e vão sentir ainda mais dificuldades. Mas enfim, não se pode agradar a todos. Por isso, podemos considerar que tudo acabou em bem e de forma feliz. Pelo meio, PS, PSD, os média e os vários analistas de serviço ao regime ainda deram uma ajuda eleitoral ao Sr. Presidente da República na sua reeleição, provocando a ilusão de que teve uma intervenção indispensável neste epílogo, quando a verdade é que o epílogo estava escrito desde o início do guião. Mas pronto, é a democracia que temos.)

 

Mas voltando à vaca fria, este folhetim tentou a todo o custo passar a mensagem de que só nos resta a resignação. Isto é: A crise é um facto. A aprovação do orçamento é obrigatória. Os sacrifícios para o povo português são inevitáveis.

 

No meio de tanta discussão foram envolvidos, ex-ministros, ex-presidentes, empresários, analistas do sistema, enfim, uma multidão de gente que nós bem conhecemos... No fundo, foram chamados a opinar aqueles a quem se devem pedir  responsabilidades pela situação em que nos encontramos e curiosamente, todos disseram o que deles se esperava. Ou seja, todos disseram o mesmo, com palavras ou estilos diferentes: estamos perante uma fatalidade... Isto está muito mau... Os sacrificios são inevitáveis para todos... Em suma: resignemo-nos.
 

Também os média têm cumprido com distinção o seu papel de serviçais do verdadeiro poder, que é como quem diz: serviçais de quem lhes paga. E em que mãos está a imprensa hoje? Nas mãos dos grupos económicos e financeiros, logo...
Cumprindo aquela máxima: «no meu jornal, os jornalistas têm toda a liberdade de escrever o que eu penso», os média têm tido um comportamento irrepreensível.

 

No meio de tanta discussão, dizia eu, quase todos se têm esquecido (premeditadamente como é óbvio) de uma parte essencial do debate: como é que chegamos até aqui? Quem é que o povo deve responsabilizar pela situação em que nos encontramos? Qual a alternativa para além do orçamento, dos mercados financeiros e dos sacrifícios quase desumanos dos mais desfavorecidos socialmente?
Sim! Porque ao contrário do que nos querem convencer, esta situação a que dão o nome de crise, tem responsáveis. Esta crise não é uma fatalidade, não é uma inevitabilidade, não é resultado de uma qualquer obra divinal.
E os responsáveis são as políticas de benefício desavergonhado ao grande capital, aos grandes grupos económicos e a subserviência cega às directrizes da UE de protecção aos países mais fortes. Veja-se o caso da Alemanha e da França.
E os responsáveis por essas políticas são os partidos que nos têm governado ao longo de 34 anos seguindo por este caminho.
O dinheiro não desapareceu. Os grandes grupos económicos, a banca e os previligiados do regime, continuam a acumular lucros e riqueza. Exactamente à custa de sugarem tudo aos trabalhadores e ao povo.
 

Mais!  Desiludam-se aqueles que pensam que os responsáveis pela crise existente, ou seja, aqueles que nos conduziram até aqui, poderão encontrar as respostas e o caminho para sair dela.
Com esta política seguida até aqui e agravada daqui para a frente, Portugal estará em 2011 pior que em 2010, estará em 2012 pior que em 2011. O futuro tratará de provar isto.
 

O aparelho produtivo foi destruído ao longo dos últimos anos, tal como as pescas e a agricultura. Não se vê ou ouve nas soluções anunciadas qualquer indício de que esta situação será invertida. Sem inverter esta situação não há hipóteses de aumentar a produção e a riqueza nacional e criar empregos.
 

Não se vê ou ouve nas soluções anunciadas qualquer indício de que o trabalho será valorizado e remunerado com salários dignos. Ora, se o povo não ganha o suficiente para ter qualidade de vida e ainda deixa o pouco que ganha nos impostos (que têm servido apenas para alimentar uma clientela de previlégiados do sistema com ligações ao PS e ao PSD), não tem dinheiro para consumir mais que o essencial. Se não consome, não justifica o aumento de produção pelas empresas. Sem aumento de produção, as empresas terão mais dificuldades e haverá mais desemprego. Com mais desemprego, menos dinheiro haverá para gastar e mais apoios sociais são necessários... Seguindo esta cadeia por aqui fora, facilmente encontramos o resultado.

Pelas medidas anunciadas, serão mais uma vez aqueles que já nada têm, a pagar a factura dos desgovernos sucessivos quer do PS quer do PSD. Ou seja, estão à espera que a factura seja saldada por aqueles que já não têm como a saldar. É óbvio que a factura vai continuar em aberto.

 

O problema da europa e neste caso particular de Portugal não está na crise em si, está sim na ausência de distribuição da riqueza e como tal, na ausência de circulação do capital. Enquanto uma pequena minoria acumula a riqueza, se lambusa com ela e coloca o que lhe sobra em paraísos fiscais, pomposamente chamados "Offshores", uma imensa maioria vive sem nada. Enquanto esta situação não for resolvida, não há solução que opere o milagre de acabar com a chamada crise.
 

O problema da europa e neste caso particular de Portugal, está no sistema e modelos de sociedade adoptados.

Logo, é na discussão da questão de fundo, ou seja: no sistema e modelo capitalista e na sua natureza exploratória que dá azo à existência dos chamados "mercados". Estes "mercados" não são mais nem menos do que  redes de especulação financeira e que subjugam os países aos seus interesses financeiros.

Como é possível que um país soberano possa estar refém dos mercados especuladores, como é o caso de Portugal neste momento? 
 

Um modelo que contém na sua natureza o previlégio de uma pequena minoria da sociedade à custa do sacrifício de uma imensa maioria. 
 

É na discussão desta questão de fundo, do sistema e modelo capitalista e nas suas alternativas, e não em discussões inócuas em moldes de folhetim e novelas, que encontraremos as respostas e o caminho para o futuro

 

E a resposta é mesmo essa! É necessário acabar com este modelo político de falsa democracia em que muito poucos vivem à custa de muitos outros milhões que não têm quase nada!
É preciso derrubar de uma vez por todas esta falsa democracia dos Armandos Varas, da família Sócrates, dos Dias Loureiros, dos Antónios Mexias, dos Pedro Soares, dos Belmiros de Azevedo, dos Américos Amorins, dos Jerónimos Martins, dos Espirito Santo, dos Joe Berardos e muitos outros, e toda uma clientela que gravita á volta do poder, sugando tudo o que Portugal produz e subjugando um povo a sacrifícios permanentes e inúteis.

 

Como na minha opinião, a resignação nunca foi e continua a não ser a resposta para nada. Logo, também não o é para o desgoverno praticado pelos sucessivos governos do PS / PSD / CDS nestes últimos 34 anos. Assim, espero que os trabalhadores e o povo também não adormeçam ao som deste bolero da resignação.


Como é que na minha opinião se pode alcançar uma ruptura com estas políticas e encontrar respostas para a saída da chamada crise?
Através da luta!
 

O POVO TEM QUE ABRIR MAIS OS OLHOS PORQUE O CAMINHO É A LUTA!



publicado por vermelho vivo às 23:57
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Sexta-feira, 29 de Outubro de 2010
Ufff!... Até que enfim.

Uffa!... Finalmente podemos dormir descansados. Já há acordo para o orçamento.

 

Depois de grandes e supostas insanáveis divergências. Após horas e horas de duras e renhidas negociações, aproximações, rupturas. Após centenas de horas de directos nas televisões e rádios, capas, páginas e páginas de jornais, conferências de imprensa, declarações e análises, o país estava em suspenso.

 

Acho mesmo que grande parte dos portugueses já não conseguia dormir tranquilamente ou trabalhar concentrado. A aprovação, ou não, do orçamento de estado era a preocupação geral.

 

Confesso até, que tanta preocupação e movimentação, me fez lembrar e cantarolar alguma vezes (para descomprimir, como é óbvio) aquela música de Chico Buarque "Geni e o Zepelim":

 

"...Ao ouvir tal heresia

A cidade em romaria

Foi beijar a sua mão:

O prefeito de joelhos,

O bispo de olhos vermelhos

E o banqueiro com um milhão...”

 

Mas pronto, o importante é que o orçamento vai ser aprovado e finalmente podemos todos dormir tranquilos e trabalhar concentrados.

 

Ok. É verdade que é um mau, péssimo, horrivel orçamento, mais um passo negativo e ruinoso para os trabalhadores, os pequenos empresários, as famílias, os pensionistas, ou seja para a grande maioria dos portugueses, mas pronto, vai ser aprovado e isso é bom e sossega os famosos "mercados".

 

Pronto. Também é verdade que é um orçamento que vai provocar um ainda maior declínio económico e um ainda maior retrocesso social, com mais desigualdade económica e injustiça social, que incluí mais desvalorização do trabalho e roubo de salários, congelamento de pensões, roubos no abono de família, nos apoios sociais, nas comparticipações dos medicamentos... mas pronto, este ruinoso orçamento para a maioria dos portugueses vai ser aprovado e isso é bom e sossega os famosos "mercados".

 

É ainda verdade que este orçamento não vai alterar nada no tocante aos milionários lucros da banca, dos grandes grupos económicos, nos benefícios de uma panela de interesses que gravita à volta do poder e mais propriamente dos partidos PS e PSD, que consegue alcançar com a maior facilidade grandes e pequenos cargos com chorudos ordenados, ajudas de custo, indeminizações, contratos de publicidade, consultadorias, apoios jurídicos, etc. Etc. mas pronto, este ruinoso orçamento para a maioria dos portugueses vai ser aprovado e isso é bom e sossega os famosos "mercados".

 

Como tal, é verdade que este orçamento não indicía um único sinal de mudança objectiva para inverter o caminho do abismo para onde nos empurraram os sucessivos governos do PSD e do PS ao longo destes 34 anos. Ou seja: para o crescimento e desenvolvimento económico através do patrocínio da produção nacional, da criação de empregos, da melhoria de vida da maior parte dos cidadãos portugueses, do combate à verdadeira fraude fiscal, o combate aos previlégios e uma justa tributação fiscal aos grandes grupos económicos e financeiros. mas pronto, este ruinoso orçamento para a maioria dos portugueses vai ser aprovado e isso é bom e sossega os famosos "mercados".

 

É ainda uma verdade incontornável, que este orçamento realça a falta de soberania deste nosso país à beira-mar plantado que dá pelo nome de Portugal e se transforma numa coisa que nos trás à memória a Mónica Lewinsky perante Bill Clinton. Mas pronto, este ruinoso orçamento para a maioria dos portugueses vai ser aprovado e isso é bom e sossega os famosos "mercados".

 

Ora, ora, tal como dizia alguém: "metam lá este orçamento com os "mercados" num sítio que eu cá sei".

 

E já agora acrescento eu: e metam lá também estes políticos e governantes de direita que apenas têm como divisa a defesa dos interesses do capital.

  

Porque este orçamento sempre esteve aprovado pelos dois comparsas da política de direita que ainda se deram ao deleite de fazer dos portugueses todos parvos através da farsa que encenaram ao longo destes dias todos.



publicado por vermelho vivo às 23:51
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Domingo, 24 de Outubro de 2010
Porque hoje é Domingo...

 

Diego Armando MARADONA.

 

Aquele que é para mim, indiscutivelmente, o melhor jogador de futebol de todos os tempos, ganhou ainda mais uns pontos depois de ter visto «Maradona» de Emir Kusturica.

 

 

E... sem dúvida, este filme só podia ter sido feito por Emir Kusturica. Pode não ser um excelente filme, mas é sem dúvida um excelente documento sobre o maior génio da bola de todos os tempos.

 

Os erros na vida... ficam para os «juízes da moralidade» apreciarem.

Por mim, prefiro apreciar a arte, a beleza, a magia, a genialidade do seu futebol e o ser humano na sua essência. E essa... mesmo com todos os erros cometidos, é indiscutivelmente mais pura e mais sã que a de muitos dos que lhe apontam o dedo.

  

 

E já agora, um filme que vale a pena ver.



publicado por vermelho vivo às 02:05
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Sábado, 23 de Outubro de 2010
O valor dos apelos e dos consensos

Não sendo fácil contabilizar com exactidão o valor da «unidade» que assola o País e todos os dias nos entra casa adentro pela via dos comentaristas, politólogos, especialistas em poupança, gente dos prós e dos prós, etc., há neste momento um número que justifica, em parte, todo este esforço e que ilustra o que se passa há mais de 34 anos em Portugal: 2.913.028.265 euros.

 

Dois mil, novecentos e treze milhões, vinte e oito mil e duzentos e sessenta e cinco euros, nem mais nem menos, é o escandaloso número dos lucros obtidos pelas 23 maiores empresas portuguesas no primeiro semestre de 2010, o ano de mais PEC`s, mais austeridade, mais sacrifícios. 

 

Assim se entende a razão de tantos apelos ao consenso, «necessário» para a manutenção da política de direita expressa no PEC III e nas medidas inscritas na proposta de Orçamento do Estado. Assim ficam mais claras as razões de tanta preocupação com as contas públicas, a despesa do Estado e as percentagens.

 

A questão não é se o défice se cifra em 7, 8 ou 15 por cento, mas se o percentual do aumento dos lucros das maiores empresas se mantém em 8,5 por cento, ou, até, se continua a crescer. Este sim é o valor que interessa! Como os ganhos a defender são significativos, o capital mobilizou as suas forças e veio ao terreno em defesa dos interesses superiores do seu País. Foi vê-los empenhados, num autêntico frenesim. Os banqueiros do BES, BCP, BPI e Totta, carregando às costas o pesado fardo dos seus 893 milhões e 930 mil euros de lucros no primeiro semestre, lá foram ajudar à reflexão do PSD e do Governo e avisar que o momento exige estabilidade.

Crise social, sim, mas nem pensar em crise política por causa dos Bankers e dos Banquiers (que em Portugal se traduz de forma criativa para «mercados financeiros»), os mesmos que vão buscar dinheiro ao BCE a taxas de 1 por cento e que emprestam a Portugal a juros de 5 e 6 por cento, conforme lhes apetece. Literalmente.

 

Pelo mesmo diapasão dissertou o presidente executivo da EDP, António Mexia, que surfando nos seus 639 milhões e 400 mil euros de lucros em 6 meses - e no já anunciado aumento da electricidade em 3,8 por cento -, também lá foi dizendo que face aos mercados «nervosos» e à crise que veio de fora, as medidas avançadas pelo Governo são mais que inevitáveis.

 

A mesma maldita crise que obriga as petrolíferas a aumentar os preços dos combustíveis, em particular a Galp, essa empresa que anda pelas ruas da amargura e que viu os seus lucros aumentarem apenas em 89 por cento.

 

Somado, tudo se resume ao objectivo da manutenção da política que permite que, por cada dia que passa, o capital arrecade 16 milhões de euros de lucros.

É em torno disto que conjugam esforços o capital, o PS, o PSD, o CDS e outros destacados responsáveis da situação em que nos encontramos.

 

Quando Cavaco Silva apela à necessidade de consenso, o que pretende é a manutenção e o agravamento das injustiças.

Quando Alegre afirma que é preciso aprovar o Orçamento, está, simultaneamente, a subscrever todas as medidas de ataque aos trabalhadores e ao povo propostas pelo governo do PS com o apoio do PSD.

Defesa dos interesses do capital - eis a razão suprema de tanto consenso na manutenção da profunda injustiça social, que faz com que, por exemplo, a cada 30 segundos os lucros totalizem mais do que um ano inteiro de Salário Mínimo Nacional, remuneração que o Governo e o patronato se preparam para não aumentar; tudo fazendo para que a 1 de Janeiro de 2011 o SMN não chegue a 500 euros. O mesmo Governo que convive tão bem com os milhões e milhões de lucro do capital, procurará impedir que o SMN aumente em pouco mais de 0,80 cêntimos por dia.

 

É contra este «consenso» de retrocesso social; contra este roubo a quem trabalha; contra este caminho de declínio económico que é necessário continuar a mobilizar todos os que são alvo de um rumo brutal e de injustiça. Para alargar a frente social de luta, apresentar propostas de ruptura, pôr Portugal a produzir, criar emprego, combater as injustiças. Para impor uma política patriótica e de esquerda ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País. Para abrir um novo rumo de esperança. Para essa imensa obra que depende da vontade dos homens e mulheres do nosso País, podem contar com o PCP. Neste caminho faremos consenso. Para este caminho empenharemos todas as nossas forças. Assim será no contributo decisivo dos comunistas para a dinamização da luta de massas e para o êxito da greve geral convocada pela CGTP-IN para o dia 24 de Novembro. Assim será na dinamização, alargamento e apoio à candidatura presidencial de Francisco Lopes, a única que não está envolvida nem comprometida com esse imenso consenso de defesa dos interesses do capital.

 

Cada um escolhe os interesses que defende. O PCP há quase 90 anos que tem bem clara a sua opção.

 

Paulo Raimundo, in Jornal Avante, 21-10-2010



publicado por vermelho vivo às 23:49
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Terça-feira, 19 de Outubro de 2010
O exemplo que vem da França

A França dá o exemplo: A luta é o caminho!

 




publicado por vermelho vivo às 22:29
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Domingo, 17 de Outubro de 2010
Porque hoje é Domingo...

 

BANDA BASSOTTI

 

A Banda Bassotti é uma banda italiana com um percurso militante extraordinário, utilizando a sua música como instrumento de luta e solidariedade.
 

Nasce em 1981 num bairro da periferia de Roma, quando um grupo de amigos inicia a organização de iniciativas de solidariedade com os povos da Palestina, País Basco, Nicarágua.
O apoio à Frente Sandinista de Libertação Nacional nicaraguense traduzir-se-ia na criação de brigadas de trabalho: entre 1984 e 1987, com a ajuda de companheiros da «Cooperativa XXV de Aprile» e de outros amigos, participam em brigadas de trabalho de três meses, construindo alojamentos para estudantes e, posteriormente, uma escola.
 

De 1987 a 1989, o grupo cria uma banda de rock que dá os seus primeiros passos em espectáculos de rua nas manifestações de massas.
A banda, juntamente com outros companheiros de Roma, lança o projecto «Gridalo Forte, No al fascismo! No al razzismo!», que logo de início empreendeu a formação de um centro documental e de acção contra a discriminação racial e contra o fascismo. 
 

Em 1990/91 apoiam activamente a preparação de um festival antiracista, no qual viriam a participar grupos provenientes de toda a Europa. O desenvolvimento deste núcleo de solidariedade acaba por dar origem, em 1991, à editora «Gridalo Forte Records».
E é sob esta nova etiqueta que em 1992 é lançado o primeiro disco da Banda Bassotti, «Figli Della Stessa Rabia».
O disco é muito bem acolhido pelo público e pela crítica especializada, ganhando o grupo notoriedade a nível nacional.
Durante a gravação do posterior mini-cd «Bella Ciao» nasce a ideia de fazer um concerto em Salvador a favor do FMLN. A oportunidade de concretização da ideia surge em março de 1994 com as primeiras eleições gerais em Salvador depois de 11 anos de guerra civil. A Banda Bassotti, juntamente com o grupo de Negu Gorriak (País Basco), participa num concerto memorável no encerramento da campanha eleitoral, ao qual assistem 50.000 pessoas.
 

Em 1995 a banda grava o disco «Avanzo de Cantiere». Segue-se uma tournée por toda Itália e Espanha, terminando em Bilbao com a presença de cerca de 10.000 pessoas. Sempre na linha do seu empenhamento político activo, a Banda Bassotti participa, com mais 15 bandas, na manifestação Hitz Egin, a favor da liberdade de expressão, que terminará com um mega concerto com o objectivo de recolher fundos para o processo Negu Gorriak contra o General da Guarda Civil Galindo. É angariado um total de 200.000.000 de liras que servirão para garantir a sua defesa em tribunal.
 

Em meados de 1996 a banda extingue-se, as o seu empenhamento na luta em prol da liberdade voltará a uni-los. Em Fevereiro de 2001 são convidados para tocar com Negu Gorriak, aquando do terminus do processo judicial Ustelkerria em que Negu Gorriak é considerado inocente. Mais de 30.000 pessoas assistem ao concerto.
 

A 15 e a 17 de Março de 2001, a banda organiza dois concertos em Roma. O lema é a manifestação contra a chegada a Roma do nazi Haider. O concerto decorre no Centro Sociale «Villaggio Globale» e conta com uma assistência de 9.000 pessoas. Da sua gravação ao vivo surgirá o álbum « Un Altro Giorno d´amore».
 

No ano de 2002 a banda faz uma tournée por Itália e Espanha, finalizando em Setembro no «Independent Day Festival», juntamente com Manu Chao.
Em Outubro do mesmo ano a banda organiza um concerto na cidade de Roma em homenagem ao camarada Walter dall´Ommo e a toda a sua família.
Ainda em Março de 2002 é lançado o disco «L´Altra faccia dell´Impero» seguido de uma série de concertos por toda a Europa e Japão.
No ano de 2003, além do novo disco, «Asi es mi Vida», saído em Fevereiro, assinale-se o regresso ao Japão, numa tournée que decorreu em Maio.
 

Em 2004 lançam o seu sexto disco «Amore e ódio».
 

Em 2006 gravam «Vecchi cani bastardi».
 

Em Junho de 2007, durante um concerto na cidade de Roma, um grupo de extrema-direita invadiu e local do concerto e invocando Mussolini, agrediu parte do público. Das agressões resultaram dois feridos.
Ainda em agosto de desse ano, a Associação de Vitimas do Terrorismo pediu através de uma petição a suspensão de um concerto da banda em Ferrol alegando que a Banda Bassotti fazia a apologia do terrorismo e apoiava a ETA e a sua luta. A acusação remetia para a canção «Upa la la» onde se fala da organização armada como «braço do povo». O Alcaíde de Ferrol negou-se a suspender o concerto que se realizou como o programado na noite de 11 de Agosto.
 

Em 2008, o "Festival Agitación" programado pela UJCE (União de Juventudes Comunistas de Espanha) foi censurado por incluir no cartaz a Banda Bassotti, o facto provocou muita indignação e protesto dos comunistas e contou com o apoio e solidariedade de muitas outras organizações perante esta clara violacão do direito à livre expressão.
Ainda em 2008, sai o disco «Viento, lucha y sol»

 

Em Abril de 2010, a Banda Basotti lançou  um novo disco. Um disco duplo ao vivo, que contém o registo do concerto realizado em Berlim no dia 5 de Dezembro de 2009.

 

Discografia:

Figli Della Stessa Rabia, 1992
Avanzo de Cantiere, 1995
Un Altro Giorno d´amore, 2001
L´Altra faccia dell´Impero, 2002
Asi es mi Vida, 2003

Amore e odio, 2004
Vecchi cani bastardi, 2006
Viento, lucha y sol, 2008
Check Point Kreuzberg Live At The SO36 - Berlin, 2010

 

A BANDA BASSOTTI esteve presente na Festa do Avante em 2003. Foi lá que tive o primeiro contacto com a sua música.

 

Aqui fica LUNA ROSSA ao vivo

 



publicado por vermelho vivo às 11:25
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Sábado, 16 de Outubro de 2010
Nove anos depois

Nove anos depois do início da guerra do Afeganistão, o imperialismo procura ocultar o atoleiro em que se tornou a ocupação do território. O recrudescimento da resistência faz disparar as baixas entre as tropas estrangeiras tornando cada vez mais evidente que só a retirada pode pôr fim ao conflito.

A 7 de Outubro de 2001, os EUA e a Grã-Bretanha iniciaram o ataque ao Afeganistão bombardeando a capital, Cabul, e outras grandes cidades do país, como Jalalabad, Kandahar, Herat, Kunduz, Farah ou Mazar. Seguiu-se a invasão, a deposição do governo talibã e a ocupação do país com a NATO a assumir o comando das operações. Nove anos depois, o balanço é trágico.
O objectivo de democratizar a vida política nunca passou de propaganda. Nas últimas «eleições», por exemplo, apenas 24 por cento dos eleitores habilitados compareceu às urnas e os relatos de compra de votos, coacção ou tráfico de credenciais voltaram a marcar o acto.
A corrupção é intrínseca ao regime sustentado pelos EUA e seus aliados, sobejando denúncias de apropriação dos fundos destinados à «reconstrução». A produção de ópio, segundo as Nações Unidas, floresceu como nunca estendendo-se agora por mais de um milhão e cem mil hectares.
O número de civis mortos em consequência das acções militares dos ocupantes supera os 33 mil (veteransforpeace.org), ao que acrescem, de acordo com dados oficiais, 27 mil mortos entre os membros dos grupos armados da resistência e cerca de 7 mil efectivos do contingente afegão.
A guerra nunca cessou. Mais de 2100 soldados ocupantes já morreram em combate, cerca de 60 por cento dos quais são norte-americanos. Mais de 7 mil soldados dos EUA foram feridos e milhares regressaram das respectivas comissões com graves distúrbios psíquicos.
São os próprios norte-americanos que admitem que nos últimos três anos os insurrectos ganharam vigor. O ano de 2010 é já o mais mortífero para as tropas invasoras com mais de 560 soldados abatidos em combate.
 

Obama pior que Bush
 

Barack Obama aumentou o contingente dos EUA garantindo o início da retirada para o segundo semestre de 2011. Mas a realidade mostra que a chamada nova estratégia do presidente norte-americano não conduziu à pacificação do território.
Depois da maior ofensiva militar desde 2001, realizada em Fevereiro passado, na província de Helmand, os grupos que resistem à ocupação acumularam simpatia popular e ganharam terreno.
Actualmente, os rebeldes dizem controlar 75 por cento do território e a esmagadora maioria da rede viária. O total de norte-americanos mortos no Afeganistão durante a administração Obama superou, em Agosto deste ano, o total de baixas durante a administração Bush.
A ONU admite que nos primeiros seis meses de 2010, mais de 3200 civis afegãos morreram ou ficaram gravemente feridos na sequência de operações dos EUA/NATO, o que representa um aumento de 31 por cento face ao mesmo período de 2009.
Por outro lado, os grupos da resistência estão longe de ser um corpo homogéneo de inspiração confessional ligado aos talibans. O ano passado, Matthew Hoh, alto quadro do Departamento de Estado no Afeganistão, admitiu, na carta da sua demissão, que, ao contrário do procuram fazer crer os EUA, a maioria dos combatentes não luta pela recuperação do poder pelos talibans mas pela expulsão dos estrangeiros do país.
 

Retirada é a solução
 

Neste quadro, a retirada das tropas ocupantes é a única solução viável. E enquanto o imperialismo procura ocultar o atoleiro em que se transformou o Afeganistão (abafando, minimizando ou mentindo sobre as ocorrências violentas e os combates), manobra nos bastidores uma trégua com alguns dos senhores da guerra.
Não o faz directamente. Por intermédio do seu homem de mão, Hamid Karzai, promove o chamado Alto Conselho da Paz – estrutura que reúne membros do governo e líderes territoriais e de grupos armados–, alicia os combatentes com garantias de dinheiro e emprego e apoia o estabelecimento de pontes de diálogo com o ex-arqui-inimigo Mohammad Omar.
O objectivo é não permitir que se consolide uma derrota humilhante, a qual beliscaria a imagem do imperialismo norte-americano como superpotência militar e animaria a resistência de outros povos face às acções belicistas de Washington.



publicado por vermelho vivo às 23:58
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Sábado, 9 de Outubro de 2010
Porque hoje é Sábado

 

Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.

 
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado. 
 
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Hoje há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito-de-porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há uma comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado

 

Vinicius de Moraes

 

Talvez porque hoje é Sábado, apeteceu-me colocar qualquer coisa no blog.

Talvez porque hoje é Sábado, lembrei-me deste extraordinário poema de Vinicius de Moraes.

Talvez porque hoje é Sábado, acabei mesmo por dar uma lavadela de cara ao blog e publicar... inevitavelmente, um excerto desse mesmo poema.

 

Curiosamente e por mera coincidência, esta publicação acontece precisamente um ano após a última postagem neste blog.

 

E não. Não foi aquela enfadonha Assembleia de Freguesia realizada ontem que me provocou a vontade de escrever novamente.

Se fosse, a página ficaria de certeza em branco.



publicado por vermelho vivo às 23:43
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