A blogosfera também é isto. A discussão. O debate de ideias. A diferença de opinião.
O blog colectivo Pasquim do Povo, publicou um artigo que eu considero de tendencioso e profundamente injusto para com os sindicatos.
Pedi o direito de resposta que me foi concedido e publicado.
Aproveitando a deixa e prolongando o debate, convido os leitores que vão passando por este blog a emitirem também a sua livre opinião sobre os sindicatos, sindicalistas e o seu papel no mundo laboral.
Aqui fica o artigo e a resposta:
Depois de ter lido o post do Zé Povinho pareceu-me oportuno dizer de minha justiça sobre um caso que conheço muito bem.
Há vários anos que conheço dois funcionários públicos, que além de colegas de profissão se podem considerar companheiros na desgraça ou melhor na saga dos problemas relacionados com as promoções na função pública e digo isto porque todo o seu percurso desde 1987 tem sido idêntico e com alguns episódios dignos de registo.
Entraram para a função pública em 1987,em 1990 através de concurso público interno entre todos os funcionários públicos passaram para a carreira de técnicos auxiliares, carreira essa que se iniciava com um ano de estágio. Pois aqui começa uma longa história esse ano de estágio prolongou-se até 1992, só nessa altura foram nomeados técnicos auxiliares de 2ª classe, num quadro que se dizia circular, penso ser esta a terminologia utilizada pois todos os funcionários subiam na categoria mediante abertura de concurso interno após 3 anos de serviço com a classificação mínima de bom. No caso destes dois colegas embora com classificação de Muito Bom , passaram a técnicos de 1ª classe em 1996. Em 2000, passados quatro anos e não três passaram a técnicos principais, em 2003, deveria ter sido aberto concurso para técnicos especialistas, o concurso foi pedido para o Instituto do qual são dependentes, a resposta a essa abertura de concurso vem com a justificação de falta de verba no orçamento… aí e com alguma confiança os colegas dirigiram-se ao sindicato para saber o que fazer…Acreditem ou não mas a respostas foram de tal forma desanimadoras, que acabaram por desistir e ainda hoje estão há espera da promoção para técnicos especialistas estamos no ano de 2007, já decorreu uma parte do concurso foi-lhe atribuída uma classificação, mas a nomeação nunca foi feita.
De salientar ainda que o sindicato esteve a par da situação e de tudo o que esteve por detrás da suposta falta de verba e nada fez.
Também estou em condições de dizer que hoje apenas dois funcionários do quadro desta Instituição não estão em condições de ser promovidos uns aguardam como os colegas 7 anos outros 8, outros 6 e ai por diante nenhum com menos de 4 anos de espera, pela dita promoção que não chega.
E os sindicatos onde estiveram? O que fizeram? Por desconhecimento não foi por certo, pois não só pelo facto de em 2003 os colegas terem denunciado a situação, mas por um dos funcionários que hoje aguarda promoção fazer parte dos corpos dirigentes do sindicato.
Agora digam lá que sindicato nos defende?
Quem luta pelos direitos dos trabalhadores?
Sãos que marcam greves junto aos fins de semana para aliciar os funcionários a faltar?
Quem realmente se importa em ir ao terreno ?
Não está na hora de se repensar um pouco a política sindical ?
Segundo o Zé Povinho: “A inovação e a modernidade do acordo são uma patranha que convence apenas quem quiser ser convencido, de que existe um pote cheio de moedas de ouro no fim do arco-íris.”
Artigo da autoria de Vermelho Vivo
Sobre o artigo “Será que os Sindicatos cumprem a sua missão?” e os comentários inseridos, gostaria de dizer o seguinte:
Cabe-me reconhecer que estava enganado quanto ao sindicato em causa. Mas antes da possível razão de uma parte da questão que XRéis explana, coloco 2 Pontos prévios:
1.º - Todas as instituições ou outros que dependam da componente humana são susceptíveis de falhas e de maus procedimentos, não fazendo isso, e como é óbvio, que se possa generalizar devido a algumas situações decorrentes desta condição.
2.º - Incomoda-me a facilidade e leviandade com que demasiada gente dispara contra os sindicatos e sindicalistas, acusando-os de corporativismos e inclusive de se governarem por lá. A muitos desses, não lhes vejo é coragem para se tornarem sindicalistas ou delegados nas suas empresas. Porquê?
Por uma razões muito simples:
Porque é muito mais cómodo não arriscar um “peleiro” que seja da sua boa posição profissional.
E depois, o sindicalismo exige trabalho, e dedicação. e isso…
“é que eu não tenho muito tempo”. Dizem muitos deles.
Pois… nem eu!
Mais! Se a muitos dos críticos lhes exigissem que fizessem melhor, talvez tivessem uma enorme surpresa.
Para ser critico do que não tenho nem quero ter responsabilidade, também eu sou um Ás! E então se for para destruir, sou imbatível!
Mas a verdade é que muitos dos críticos nem sequer são sindicalizados, não se inibindo no entanto de falar de boca cheia e cheios de legitimidade e razão.
E quando os Sindicatos marcam jornadas de luta?
Bem… é aquilo que se vê.
Mas uma coisa é inquestionável. Os Sindicatos tem órgãos democráticos de eleição, nenhum trabalhador está impedido de se candidatar numa lista para a direcção do seu sector.
Eu sei… Eu sei… É muito mais fácil estar sentado no sofá ou em frente ao computador e depois avaliar e criticar os outros, aqueles que trabalham, aqueles que lutam, aqueles que dão a cara nas empresas, aqueles que põem em causa o seu posto de trabalho, a sua promoção na carreira, etc. etc.
Por isso, sejamos honestos intelectualmente e antes de criticar os outros perguntemos a nós próprios o que já fizemos mais que eles, ou, o que contribuímos para que a situação fosse diferente.
Relativamente ao comentário por mim inserido.
Embora mantenha a essência do pensamento, de que muitas das acusações que se fazem sobre o sindicalismo, são injustas. Considero que existem dois tipos de sindicalismo em Portugal. E quando se fala de sindicalismo, deve fazer-se a devida distinção entre a actuação dos pseudo-sindicatos da UGT e os sindicatos da CGTP-IN. Veja-se o acordo alcançado pelo governo com a FESAP e que foi uma grande traição aos trabalhadores da função pública. Mas é preciso que se separe o trigo do joio e se diga que a FESAP pertence á UGT que nada fez até hoje pelos trabalhadores a não ser tentar dividi-los. E que os sindicatos afectos à CGTP-IN recusaram assinar o acordo que vai prejudicar gravemente os trabalhadores. Não pode é a CGTP-IN ser culpada da traição da FESAP que se limitou a fazer uma grande fretada ao Sr. Sócrates.
Esta prática das fretadas aos governos PS já vem de longe e são prática corrente nos sindicatos afectos à UGT. E não me façam falar no Sr. Torres Couto!
Quanto ao caso apresentado, e realçando que uma ou outra situação não faz a generalidade das actuações. Reconheço, pelo que se expõe, que possa não ter existido a melhor conduta por parte do sindicato em causa.
Como nota de informação, acrescento apenas que o sindicato em causa é o Sindicato da Função Pública Sul e Açores.
Sobre sindicalismo existem ainda neste blog os seguintes artigos:
Pois façam o favor de dizer também de vossa justiça!
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