Enfim... após uma férias e um recarregamento de baterias na "cidade" da Liberdade e de Abril, que o mesmo é dizer-se: na Quinta da Atalaia e no acontecimento maior da política e cultura deste país que é a Festa do Avante, cá estou de novo. A ver vamos se o tempo disponível vai permitir mais tempo para as actualizações e uma regularidade maior do que a aquela que marcou os últimos tempos.
E é exactamente por esse acontecimento anual único e sem paralelo em Portugal que recomeço as postagens.
Como não seria capaz de escrever melhor, ou sequer parecido, vou fazer um copy do excelente texto do meu amigo e Camarada Fernando Samuel, que descreve de forma soberba os três dias de Festa.
Num "à parte", saliente-se que perante a excelência dos textos diários de Fernando Samuel, recomendo a passagem diária e obrigatória pelo blog Cravo de Abril.
Mas vamos então ao copy de um dos seus textos sobre a Festa do Avante:
"Como sempre, esperávamos muito da Festa deste ano - como sempre, ela foi muito mais do que o muito que esperávamos.
A chuva - que caíu forte, durante várias horas, na sexta-feira - parecia ter sido enviada por uma dessas «entidades» que não pensam noutra coisa que não seja acabar com a Festa do Avante!
Todavia, o pessoal não arredou pé, e ela foi obrigada a ir lá fora ver se estava a chover e a dar lugar ao sol de sábado e domingo - como que prenunciando o destino das intenções da tais «entidades».
Quem lá esteve sabe como foi, quem lá não foi pode imaginar: milhares e milhares de pessoas em festa, convivendo, confraternizando, em muitos casos cumprindo encontros marcados na Festa do ano passado - e fazendo as suas opções face à diversificada oferta artística, cultural, política, gastronómica...: os Espectáculos Musicais, no Palco 25 de Abril ou em qualquer outro dos vários à disposição; o Teatro; o Cinema; o Desporto; as Exposições sobre temas científicos ou da actualidade nacional e internacional; os vários Debates sobre esses mesmos temas; a Cidade Internacional; a Cidade da Juventude (a Festa é cada vez mais a Festa da Juventude); a Exposição de Mestre Rogério Ribeiro; a homenagem ao Prémio Nobel da Literatura José Saramgo; a Festa do Livro e o habitual lançamento de novos livros - desta vez, com dois destaques: 1- a edição comemorativa do 50º aniversário do lançamento do romance «Quando os Lobos Uivam», de Aquilino Ribeiro, com um prefácio inédito de Álvaro Cunhal e com 20 ilustrações de João Abel Manta, e 2 - «50 Anos de Economia e Militância», do economista e militante do PCP, Sérgio Ribeiro.
E os Comícios, é claro: o de abertura, debaixo de chuva - a tal chuva que teve a pretensão de nos vir estragar a Festa - e o de encerramento, debaixo de sol - o tal sol de sábado e domingo que não permitiu que tal acontecesse, «o claro sol, amigo dos heróis» de que falava Antero de Quental.
O recinto era um mar de gente:
gente preocupada com a situação a que chegou Portugal após 32 anos de política de direita, e com o que se passa no mundo dominado pelo imperialismo;
gente culta, porque sabe que é possível e necessário transformar essas realidades e se afirma determinada a lutar por essa transformação;
gente portadora de um ideal que incorpora os mais eminentes valores e sentimentos humanos: justiça social, liberdade, paz, solidariedade, camaradagem, amizade, amor, ternura - e que, por isso, é o mais humano e o mais belo de todos os ideais;
gente de bem, gente fraterna, gente feliz - gente que não desiste de lutar por um futuro em que sejam respeitados os direitos a que cada ser humano, pelo simples facto de existir, tem direito.
E é toda esta gente que faz da Festa um espaço único de fraternidade e de luta.
E é toda esta gente que dá à Festa esta força imensa que nem a chuva nem as «entidades» poderão vencer.
E tudo isso nos foi transmitido pela luminosa mensagem, espalhada por toda a Festa, pelos muitos, muitos carrinhos de bebés - uma mensagem de beleza, de calma, de serenidade, de tranquilidade, de harmonia. De muita, muita confiança no futuro.
É bem verdade que não há Festa como esta."
Assim descreveu Fernando Samuel a Festa do Avante, e assim ela é, efectivamente!
Complemento com algumas fotos que comprovam isso mesmo:
Era um mar de gente na Quinta da Atalaia...
Um mar de gente a assistir ao espectáculo dos Da Weasel...
Um mar de gente em convívio fraterno.
Tudo isto acontece fruto do extraordinário voluntarismo e militância dos comunistas que se entregam às tarefas necessárias com grande vontade e com alegria na alma para que esta Festa seja possível.
Porque...
E também porque...
E mais um mar de gente no comício de encerramento. A prova provada de que o Partido Comunista Português está vivo e bem vivo e que somos muitos, mesmo muitos mil, para lutar e defender Abril. E além de já sermos muitos, somos cada vez mais!
E mesmo sabendo que incomodamos muita gente, somos o que somos:
Somos Comunistas! Somos Portugueses!
Temos confiança no futuro porque acreditamos que uma sociedade mais justa, igual, solidária e fraterna, é possível.
Temos confiança no futuro porque lutamos unidos e com convicção para a construção dessa sociedade!
E... não há Festa como esta!
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