Vital Moreira ouviu e sentiu ontem na manifestação do 1.º De Maio a revolta de alguns trabalhadores que sentem na pele as injustiças de que estão a ser vitimas pelas políticas praticadas por este governo.
Sobre este assunto, há reflexões que devem ser feitas e talvez se cheguem a algumas conclusões que não são propriamente aquelas a que muitos queriam que os portugueses chegassem.
Assim,
• - Em todas as imagens que vi, não vi Vital Moreira a ser agredido. Insultado sim, agredido não.
• - Vital Moreira pôs-se claramente a jeito do que viria a acontecer.
Vital Moreira enquanto agente e defensor das políticas de direita deste governo que têm empurrado milhares de trabalhadores para o desemprego e para o trabalho precário, conduzido milhares de famílias para o desespero e para a miséria, que têm roubado nas pensões dos reformados, não têm o direito de ignorar os efeitos das políticas que tanto defende e numa acção claramente de propaganda eleitoral inserir-se no meio daqueles que são vítimas de tal política.
A sua participação na manifestação do 1.º de Maio ao lado dos trabalhadores, dos desempregados e outros descontentes com as políticas de direita do PS/Sócrates só pode ser entendida como uma clara provocação. Logo, não há dúvida que se põs a jeito.
• - Esta provocação é tão clara que Vital Moreira apareceu na manifestação rodeado de alguns seguranças. Quem não deve não teme e quem está com os trabalhadores e o povo não tem que se precaver contra eles.
• - Não sendo Vital Moreira sequer militante do PS, como é que estava lá a representar o PS?
• - Este acontecimento remete-nos para uma grande jogada eleitoral ocorrida em Portugal e curiosamente também protagonizada pelos figurantes socialistas. Em 1986 quando Mário Soares disputava a segunda volta das eleições presidencias com Freitas do Amaral, as sondagens pendiam para a vitória de Freitas do Amaral. Numa acção de campanha, Mário Soares deslocou-se à Marinha Grande, terra de grandes lutas laboriais e políticas e com forte implantação comunista. Também aí, um trabalhador revoltado com as políticas levadas a cabo por Mário Soares enquanto primeiro-ministro, demonstrou a sua revolta com um "tabefe" em Mário Soares .
A vitimização construída a partir deste incidente transformar-se-ia no grande golpe de viragem da corrente de voto e Mário Soares venceu as eleições.
• - Curiosamente, também aí, tal como hoje se apontaram de imediato as baterias contra o PCP e os comunistas como os responsáveis de tão condenáveis actos.
• - Curiosamente, ou talvez não, como hoje e em 1896, também nos tempos da ditadura salazarista, se atribuiam todos os actos naturais e legítimos de revolta do povo e dos trabalhadores a acções conspirativas dos comunistas. Estaremos a recuar no tempo?
• - A principal constatação que tirei do incidente foi a “pulhice” e o despudor de Vital Moreira e do PS na voz de Vitalino Canas (o que até já nem surpreende) ao apontarem imediatamente o dedo aos comunistas e à CGTP pelas “bárbaras” agressões a que o “coitadinho” do democrático Vital Moreira foi vítima.
• - Tal como vaticinei ontem, foi totalmente relegado para segundo plano a participação de milhares e milhares de portugueses nas comemorações do 1.º de Maio, o protesto de milhares e milhares de portugueses em desespero. Sem emprego, sem dinheiro, sem soluções para as suas vidas, com fome, e sem qualquer perspectiva de futuro.
O primeiro plano foi inteirinho para o coitadinho do Vital Moreira. Aqui sublinhe-se a astúcia destes figurantes. Conseguiram o que pretendiam. Tanto que a RTP, o órgão oficial deste governo e pago por todos nós cidadãos, ocupou nada mais nada menos que os primeiros 10 minutos do Jornal da Tarde de hoje com o incidente ocorrido ontem e com a sondagem que dá a vitória ao PS nas eleições europeias. O descontentamento dos trabalhadores e do povo... Foi pouco relevante.
• - Após a provocação premeditada e a consumação dos objectivos, Vital Moreira seguiu para a manifestação dos seus amigos amarelos da UGT, onde calculo foi muito bem recebido e para onde devia ter ido logo no ínicio. É entre os traidores das causas dos trabalhadores que se encontra o seu espaço e não no meio dos verdadeiros trabalhadores.
Finalmente, direi aquilo que a comunicação aproveitou para não dizer:
Foi um enorme 1.º De Maio! Foi uma grande jornada de protesto e uma resposta na rua dos trabalhadores contra estas políticas de direita do PS/Sócrates e defendidas submissamente por estes Vitais Moreiras que populam e gravitam à volta dos seus interesses e dos interesses que este governo protege.
VIVA O 1.º DE MAIO!
VIVAM OS TRABALHADORES!
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