Hoje, encontrei à porta de um supermercado local, o triste e degradante peditório "caridoso e benemérito" de alimentos em favor dos coitadinhos dos "pobrezinhos".
Quando me ofereceram o saco, recusei. Tive ainda o cuidado de ficar uns minutos à conversa com os "beneméritos pedintes", explicando-lhe (ou tentando explicar) que considero a "caridadezinha" demasiado humilhante e como tal sou frontalmente contra ela. Além de que esta sua suposta boa acção, mais não era do que um grande contributo para a valorização de uma fórmula de que qualquer sociedade se devia envergonhar e combater por todos os meios: a caridade como solução para os mais desprotegidos.
Expliquei-lhe (ou tentei explicar) que a caridade não resolve problema nenhum se o problema da pobreza e das necessidades humanas não for combatido através de políticas do estado. É para isso que pagamos impostos. Os nossos impostos não podem servir para alimentar uma enorme panela de clientelas partidárias e afins que vivem agarrados aos sucessivos governos do PS, PSD e CDS. Para entregar aos bancos, aos vigaristas do BPN, do FMI, do BCE, dos mercados... Esse dinheiro deve estar ao serviço de um estado social que seja capaz de proteger aqueles para quem a vida é mais madrasta.
Expliquei-lhe ainda (ou tentei explicar) que a resolução do problema dos mais necessitados passa pelo combate intensivo deste modelo de sociedade desigual e injusto e destas políticas que todos os dias produzem mais desemprego, mais pobreza, mais fome. É isto que que eu faço diariamente, e convidei-os a juntarem-se a esta luta. Esta sim, uma acção consequente para a ajuda e defesa dos mais pobres. Pois a pobreza combate-se através de leis que efectivem o direito ao trabalho e a um salário digno, o direito de acesso à saúde e à educação, a uma justa distribuição da riqueza produzida.
O mais curioso, foi o ar espantado com que eles ficaram a olhar para mim, mais parecendo que eu falava numa língua estranha e completamente desconhecida para eles. Até que um deles lá disse: "Pois, mas sabe que isso é dificil e asim pelo menos sempre se ajudam algumas pessoas..."
Pronto, lá lhes disse que não. Que se as pessoas quiserem não é nada dificil. Que só precisamos de nos unir na luta e isto se calhar até pode mudar mesmo. Deixei-lhes o convite à reflexão sobre esta questão da caridade e da maneira como a pobreza pode e deve ser combatida e segui o meu caminho.
Triste e repugnante sociedade esta que enobrece a "caridadezinha" como meio para atenuar o sofrimento de milhares de portugueses vítimas dos conceitos e políticas capitalistas.
Entretanto, encontrei isto (e surripiei) no blogue do meu camarada Cid Simões, "As palavras são armas", que vem mesmo a propósito.
É PELA LUTA QUE PASSA O COMBATE EFECTIVO AO MODELO E ÁS POLÍTICAS QUE PRODUZEM CADA VEZ MAIS NECESSITADOS DESTA "CARIDADEZINHA":
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