O povo da Venezuela reelegeu ontem Hugo Chavez.
O resultado - uma confortável vitória por 10 pontos de vantagem desmentiu as sondagens divulgadas nos EUA e na Europa, que previam um empate técnico.
A campanha eleitoral transcorreu numa atmosfera de permanente tensão, no quadro de uma luta de classes como a América não conhecia desde o Chile da Unidade Popular.
O Plano B - elaborado pela CIA com aprovação do Departamento de Estado - previa que Capriles, o candidato da direita, se proclamasse vencedor no final do dia se os primeiros resultados divulgados revelassem equilíbrio. O objectivo era desencadear imediatamente acções de violência para destabilizar o país com a ajuda de paramilitares colombianos.
Os EUA investiram, indirectamente, centenas de milhões de dólares na campanha anti-Chavez. O governo de Obama no âmbito da sua estratégia imperial havia semeado bases militares na América do Sul - Colômbia (8), Paraguai, Curaçau - e enviou para a Região a IV Esquadra.
A campanha de desinformação foi minuciosamente montada. Com poucas excepções, as centenas de jornalistas norte-americanos e europeus que cobriram a eleição qualificaram as três presidências de Chavez como uma soma de fracassos que conduziram o país à beira do caos e também do comunismo. De Capriles Radonski, o candidato da oposição unificada, um multimilionário filho de um emigrante judeu polaco, os media ocidentais e os venezuelanos (sob controlo hegemónico da direita) apresentaram o perfil de um social-democrata. Ele afirmava aliás ser admirador de Lula e Dilma Rousseff. Fabricaram um líder inexistente. O governador do Estado de Miranda esteve envolvido no golpe de estado de 2002, participou então pessoalmente do ataque à embaixada de Cuba e desempenhou um papel de relevo no lock-out petrolífero assim como em conspirações posteriores.
A participação massiva do povo venezuelano - abstenção inferior a 20% - inviabilizou os planos da direita crioula e do imperialismo. E Capriles foi obrigado a admitir a sua derrota.
Chavez, no agradecimento ao seu povo, foi sóbrio: definiu a Venezuela «como uma das melhores democracias do mundo».
A Caracas chovem agora felicitações e palavras de estímulo. A primeira chegou da Argentina: Cristina Fernandez saudou a reeleição de Chavez como «vitória nossa, a vitória da América do Sul e das Caraíbas».
A euforia que varre agora o país e os povos latino-americanos implica grandes responsabilidades para a Venezuela Bolivariana. Chavez não ignora os enormes desafios que o esperam.
O processo revolucionário tem dependido excessivamente da sua liderança. A sua saúde inspira preocupações. No Partido Socialista Unificado da Venezuela – PSUV coexistem tendências contraditórias. Embora minoritaria, a corrente que defende reformas compatíveis com o capitalismo tudo faz para levantar obstáculos a medidas revolucionárias que abram caminho ao socialismo. O próprio discurso sobre o «socialismo do século XXI» é uma fonte de situações equívocas.
O imperialismo continua empenhado em destruir a revolução bolivariana. Mas a reeleição de Chavez teve para Washington o significado de uma grande derrota estratégica.
É compreensível o júbilo em todo o mundo das forças progressistas.
In: diário.info
Poucos projectos políticos no mundo (para não dizer nenhum) se sujeitaram em tão pouco tempo a um tão grande número de consultas populares como o processo bolivariano. Nenhum dos líderes das principais potências capitalistas foi tantas vezes escrutinado no campo eleitoral como o presidente Hugo Chávez e seus aliados.
Os factos mostram que nunca como antes ocorreram na Venezuela actos eleitorais que procuraram, permanentemente, legitimar nas urnas as opções seguidas:
6 de dezembro de 1998 - Hugo Chávez vence as presidenciais.
25 de Abril de 1999 – Venezuelanos aprovam a convocação de uma nova Assembleia Constituinte.
15 de Dezembro de 1999 - É aprovada a nova Constituição Bolivariana.
30 de Julho de 2000 - Hugo Chávez é reeleito para a presidência e os bolivarianos obtêm a maioria dos deputados no parlamento e importantes posições em regiões e municípios.
3 de Dezembro de 2000 – Consulta popular sobre a renovação dos dirigentes sindicais nas estruturas representativas dos trabalhadores.
15 de Agosto de 2004 – Hugo Chávez vence referendo revogatório do seu mandato, convocado por iniciativa da oposição que havia falhado em destituí-lo através de um golpe de Estado, em 2002, e através de uma paralisação patronal, em 2003.
31 de Outubro 2004 – Bolivarianos vencem regionais em 20 estados.
7 de Agosto de 2005 – Bolivarianos vencem autárquicas no país.
4 de Dezembro de 2005 – Bolivarianos triunfam nas legislativas, às quais a oposição não compareceu.
3 de Dezembro de 2006 – Hugo Chávez é reconduzido na presidência por larga maioria.
2 de Dezembro de 2007 – Reformas constitucionais propostas pelos bolivarianos são rejeitadas nas urnas.
23 de Novembro de 2008 – PSUV elege 18 governadores e vence 80 por cento dos municípios.
15 de Fevereiro de 2009 – Venezuelanos aprovam em referendo o fim da limitação dos mandatos de representação popular, proposto pelos bolivarianos.
In: O Castendo
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