
"A vida, o pensamento e a luta de Álvaro Cunhal justificam a homenagem que lhe prestamos.
Uma homenagem ao homem, ao político, ao intelectual e ao artista que, neste momento de inquietantes fenómenos de regressão social e retrocesso civilizacional, mas também de abuso de poder, tanto mais se justifica para demonstrar que os políticos não são todos iguais e que a actividade política pode e deve ser uma actividade nobre.
Num momento em que o capitalismo está mergulhado numa das mais profundas crises da sua história, em que no nosso país a austeridade imposta pelo grande poder económico e pela troika se acentua, e se afirma a necessidade de encontrar os caminhos do progresso e da justiça social, a luta, a obra e o pensamento de Álvaro Cunhal projectam-se como contributos inestimáveis para a conquista de um futuro que tenha como referência os valores de Abril – os valores da liberdade, da democracia, do desenvolvimento económico, da justiça social e da independência nacional.
Álvaro Cunhal morreu aos 92 anos em 13 de Junho de 2005 e o seu funeral, nesta cidade de Lisboa, com a participação de centenas de milhar de pessoas, foi bem a demonstração do reconhecimento dos trabalhadores, do povo de Lisboa e do país a esse homem de cultura integral, intrépido revolucionário de uma vida vivida de cabeça erguida, feita de verticalidade e coerência na busca incessante dos caminhos da vitória sobre a injustiça e as desigualdades e a construção de um mundo mais justo, livre e fraterno."