"Quem luta, nem sempre ganha, mas quem não luta, perde sempre!"

 
Quarta-feira, 31 de Janeiro de 2007
Avanço ou regressão?

Os meus horários e afazeres não me deixam muito espaço para chegar à Vila antes das 19.15 horas, mesmo assim, hoje tentei chegar às Taipas o mais cedo possível convicto de que ainda poderia assistir a uma parte da reunião de Junta. Eram 19.20 horas quando passei em frente ao edificio sede. Deparei com a porta fechada e as luzes apagadas, da reunião, só os carros dos membros do executivo estacionados no exterior.

Senti uma enorme satisfação. Tudo corre sobre rodas nesta pacata Vila, nada há para discutir, para alertar ou decidir, em poucos minutos tudo fica resolvido e a lei das reuniões públicas de Junta cumprida.

Pelo caminho que percorri até casa confesso que senti saudades de tempos não muito distantes. Tempos em que as cadeiras destinadas ao público estavam ocupadas, tempos em que se discutiam publicamente o licenciamento ou não por parte da Câmara de um posto de abastecimento de combustiveis na freguesia, a criação de um posto público de acesso à Internet na sede da Junta, a aquisição de um veículo tractor para as actividades de limpeza da vila, se a Junta de freguesia deveria subsidiar as festas de S. Pedro em 14.000 euros ou se devia contribuir um pouco mais, reuniões em que o Sr. Presidente chegou a admitir a sua demissão em caso de Armando Abreu conseguir para as Taipas uma repartição de finanças (parece que até agora também ainda não foi capaz de a trazer...), reuniões onde o público levava as suas razões de queixa como o mau cheiro dos contentores do lixo, os buracos na sua rua, o mau funcionamento da cantina da escola da Charneca, as folhas das árvores que dificultavam o escoamento de águas, o esclarecimento acerca desta ou daquela medida e propostas para este ou aquele caso, etc., O Jornal Reflexo, também marcava presença e depois informava os Taipenses ausentes sobre os assuntos discutidos.
No final das reuniões, era normal continuar no exterior uma desperta discussão sobre vários temas relacionados com as Taipas. Eram os Taipenses a discutir e opinar sobre a sua Vila.

Para os mais esquecidos, deixo aqui um exemplo desses tempos.

Discutindo-se a possivel extinção da valência de serviço público do centro de saúde (como era diferente nessa altura, ao contrário de hoje, isto era assunto de reunião de Junta), numa reunião pública de Junta realizada em Março de 2004,

Palavras de Armando Abreu secretário da Junta: “Com um ou dois telefonemas fiquei ao corrente do que se estava a passar no Centro de saúde. Até parece que estávamos perante um novo movimento de Taipas a Concelho, com todos os presidentes de Junta a juntarem-se num abaixo-assinado. Estou pelas Taipas. O resultado (Serviço de Saúde Pública) foi que tudo fica na mesma, até que a doutora se mantenha ao serviço. Onde estavam quando se perdeu a Escola do Pinheiral ou a Junta de Turismo?”.
Em resposta, o tesoureiro, Constantino Veiga, afirmava “Já fiz mais em nove anos pelas Taipas, que o senhor Abreu em dezasseis”.

Confesso a minha saudade desses tempos e do tratamento das questões da Vila frente a frente com os eleitores e sem truques.

Agora, tudo está bem por estas bandas e em 10 minutitos sem eleitores, fica tudo devidamente tratado.

Fica a pergunta e responda quem for capaz:

Com este executivo, avançamos ou regredimos na participação activa dos Taipenses na discussão das questões da sua Vila?

 



publicado por vermelho vivo às 22:58
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Terça-feira, 30 de Janeiro de 2007
Conveniências

À um mês atrás pronunciei-me na assembleia de freguesia acerca das reuniões públicas de Junta.

Aqui fica a intervenção proferida nessa sessão:

“Sr. Presidente, continuo a não perceber o que pretendem com as reuniões públicas de Junta. No mandato anterior, ficou estipulado que estas reuniões se efectuariam sempre na última quarta-feira de cada mês às 21.30 horas, e só por razões excepcionais a data seria alterada. Quase nem eram precisos editais porque toda a gente sabia quando poderia ou não, acompanhar ou intervir nas questões relativas à vila e a actividade da Junta. Com este executivo, as reuniões públicas são quando calha num dia qualquer, e até o horário já foi às 21.00 horas, às 19.00 horas... Agora nem sei em que dia e em que horário são. Actualmente para se assistir á reunião pública de junta é necessário vir todos os dias ver as portas da Junta de freguesia para saber se está afixado o edital com a data da reunião.

O que acontece Sr. Presidente, é que quando existe vontade de promover a democracia e a participação activa dos cidadãos, existem formas e mecanismos para tentar alcançar este objectivo, da mesma forma que quando as vontades não integram estes items e os eleitos acham que apenas a eles diz respeito a governação, utilizam-se outros meios e outras formas também eficazes, mas no afastamento dos cidadãos da vida pública.

Espero que seja encontrada uma forma mais equilibrada para as datas destas reúniões do que aquela que tem sido seguida até aqui. Caso contrário parece-me que não vale a pena a lei estipular a realização de reuniões públicas mensais porque os interessados nem sabem quando elas se realizam.”

O horário escolhido para a reunião pública da Junta deste mês de Janeiro, 19.00 horas, apenas espelha uma triste realidade implementada pelo actual executivo da Junta e que se traduz num claro défice de discussão pública sobre as questões da Vila, priviligiando os métodos bombásticos como "outdors" ou "declarações" que mais tarde não apresentam sustentação.

Para o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Caldelas, as suas conveniências estão muito acima dos seus deveres inerentes ao cargo que ocupa, as suas conveniências estão muito acima da vontade dos Taipenses (comigo incluído) que mais que uma vez levantaram esta questão da data e hora das reuniões públicas de Junta, as suas conveniências estão muito acima dos valores de democracia e participação cívica dos Taipenses.

Com a hora escolhida, apenas presenciarão a reunião alguns acólitos avisados previamente para marcarem presença de modo a justificar que a esta hora também tem público.

Lendo a coluna do Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia no jornal Reflexo, onde menciona como um dos desejos para 2007, voltar a ver o cidadão Taipense, Quim Vilas, regressar às sessões de Assembleias de Freguesia, direi que o Sr. Presidente da Junta, com a sua postura arrogante e turbulenta, além de afastar alguns Taipenses incómodos da Assembleia também arquitecta bem a forma de afastar outros das reuniões públicas de Junta.

Assim se pratica a democracia e se incentiva a participação dos cidadãos na vida pública cá pela vila.



publicado por vermelho vivo às 11:21
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Domingo, 28 de Janeiro de 2007
Analogias da música

Depois de uma semana demasiado atarefada, aproveitei o dia de Domingo para  dar guarida à preguiça que esperava ansiosamente a sua vez.
Levantei-me da cama tarde, escolhi um CD antigo de Sérgio Godinho, coloquei-o no leitor e deitei-me novamente em posição relaxante ao longo do sofá.
E assim fui satisfazendo o prazer da despreocupação e do alheamento.
A páginas tantas, enquanto das velhas colunas saía a música “cuidado com as imitações”, a analogia da letra com um actor da governação da nossa Vila foi inevitável, reproduzo:

“...Lá na aldeia havia um homem que mandava
toda a gente, um por um, por-se na bicha
e votar nele e se votassem lá lhes dava
um bacalhau, um pão-de-ló, uma salsicha

E prometeu que construía um hospital
Uma escola e prédios de habitação
e uma capela maior que uma catedral
pelo menos a julgar pela descrição...

...Mas... O Casimiro que era tudo menos burro
tinha um nariz que parecia um elefante
sentiu logo que aquilo cheirava a esturro
ser honesto não é só ser bem falante

A moral deste conto
vou resumi-la e pronto
cada qual faz o que melhor pensar
Não é preciso ser
Casimiro pra ter
sempre cuidado pra não se deixar levar."

Adaptando a letra, diria:

A moral deste conto
vou resumi-la e pronto
cada qual faz o que melhor pensar
Não é preciso ter
vistas largas para perceber
que por aqui reina alguém
Que pouco mais faz que enganar.
E é preciso despertar
Para não se deixar levar.

São assim os grandes compositores de letras, ao ouvi-los, mesmo quando relaxamos, temos sempre presente a realidade que nos rodeia.

 



publicado por vermelho vivo às 13:24
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Paradoxos

Só hoje tive oportunidadede ver e ouvir a “palestra” do nosso professor mais mediático, Marcelo Rebelo de Sousa, no blog “assim não”, senti que, ou as minhas limitações não me permitiram entender a clareza do seu raciocínio ou o professor dissertava sobre paradoxos escolhendo como instrumento de exemplo a Interrupção Voluntária da Gravidez.

Diz o homem que mesmo considerando que já existe vida às 10 semanas, se o que estivesse em causa fosse a despenalização da IVG (inclusive até às 18 semanas) ele concordaria. Bem... então diz SIM à despenalização da IVG. Depois arranja alguns paleativos para tentar explicar as razões de dizer NÃO.

Atendendo à sua formação jurídica, seria útil também explicar como é que se articula num estado de direito uma determinada acção que sendo legalmente crime, não é passível de punição.

O que está em causa neste referendo é efectivamente a despenalização da mulher, só que ao contrário do que o professor tenta vender sem fundamento para sustentar o NÃO, cabe à mulher em causa, o direito de decidir sobre si, o seu corpo e a sua vida. Não cabe ao estado, à sociedade, a um qualquer Juiz, ao médico ou a outro elemento qualquer decidir por ela.

Esta contradição e a impossibilidade de assumir que é contra a despenalização (devido a esta ser realmente justa), apenas realça a justiça do voto SIM, porque é efectivamente necessário acabar com esta lei que criminaliza a mulher por exercer um direito que só a ela pertence e que a empurra para a clandestinidade, para o estrangeiro ou para a barra do tribunal. É para acabar com isto, com o qual o professor Marcelo também não concorda, que voto sim no referendo do dia 11 de Fevereiro.

Mas se a “palestra” era sobre paradoxos...



publicado por vermelho vivo às 01:48
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É assim a vida

À tempos atrás comentando um comentário do meu amigo Joaquim Oliveira aqui no blog, dizia eu que o trabalho, a família e a envolvência em alguns projectos pessoais e algumas actividades colectivas me deixam pouco espaço para “escrevinhar” a minha opinião.

Esta foi uma semana assim, o pouco tempo disponível afastou-me do meu espaço bloguístico.

É assim a vida, umas vezes calma, outras demasiado atarefada.



publicado por vermelho vivo às 01:47
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Quarta-feira, 24 de Janeiro de 2007
Guimarães em movimento

E já que estou em hora de divulgação, cá fica mais um.

É o blog do Guimarães em movimento pelo SIM! 

Este movimento foi apresentado ontem em conferência de imprensa e trata-se de um Grupo de Cidadãos Em Movimento pelo SIM! - IVG – a Mulher decide, a Sociedade respeita, o Estado garante.

Bem vindo à Luta!



publicado por vermelho vivo às 23:38
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Novo companheiro

A Blogosfera Taipense conta a partir de hoje com um novo membro.

Trata-se do Blog do PCP/TAIPAS propriedade da organização de freguesia de Caldelas do PCP, onde entre outras coisas, se poderão conhecer as posições desta organização de freguesia e como diz o texto introdutório, pretende ser  "...um espaço de reflexão sobre as Taipas, mas também de análise, de estudo e de opinião. Um espaço de liberdade e de criação..."

Aqui ficam as saudações do "Vermelho Vivo" e o desejo de que estes objectivos se cumpram.



publicado por vermelho vivo às 22:58
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Sexta-feira, 19 de Janeiro de 2007
O povo paga tudo!

“Nos últimos três anos, o Estado gastou mais de cinco milhões de euros (exactamente, 5.137.000 euros) em indemnizações a gestores públicos, que foram substituídos por conveniência politica. A acusação é do Tribunal de Contas (TC), que aponta pelo menos 11 empresas públicas onde houve mudança de cadeiras com a alteração dos Governos... Um valor que pode subir, porque há situações que ainda estão em contencioso.... O Tribunal de Contas diz que as empresas invocam a iniciativa do accionista para o fim dos mandatos antes do prazo e que, em muitas situações, há coincidência com a mudança dos titulares das pastas governamentais.”

Fonte: TVI

E isto é apenas uma gota no oceano no mundo dos “JOB FOR THE BOYS”.

Os responsáveis por estas despesas são exactamente os mesmos que dizem diáriamente que é necessário rigor nas contas públicas, que os salários não podem subir mais, em nome da competitividade, que o aumento dos impostos é inevitável para colmatar o défice, que os funcionários públicos tem demasiados privilégios, que é necessário os portugueses apertarem o cinto, que é necessário encerrar maternidades, centros de saúde, hospitais, escolas ou postos dos CTT,  que é necessário pagar taxas moderadoras nas consultas de urgência, Que em nome da sustentabilidade da segurança social é necessário baixar o valor das reformas daqueles que trabalharam uma vida inteira e alargar o período de trabalho até aos 65 anos.
Os responsáveis por estas despesas são exactamente os mesmos que estão a apertar as leis contra os trabalhadores desempregados inscritos no fundo de desemprego que ganham o miserável subsidio de 300, 350 e 400 euros por mês, mas dão-se ao luxo de nomear, sim, disse bem, NOMEAR, os amigos para os altos cargos que lhes permitem ganhar astronómicos salários, sair passado meio ano ou um ano com altas indemnizações e preencherem os requisitos para terem chorudas reformas no futuro. Em alguns destes “BOYS” é até questionável a sua aptidão para os “JOBS” a que são nomeados, por exemplo, será que o Sr. Fernando Gomes é administrador da GALP devido às inquestionáveis qualidades adquiridas na sua longa experiência no ramo? Ou será pelo excelente desempenho enquanto ministro da administração interna? Como este exemplo, são inúmeros.

Grande exemplo nos dão estes mestres de markting e de propaganda enganosa que nos governam, apoiados por uma data de “fazedores de opinião” escolhidos a dedo para teorizar a desinformação da inevitabilidade na comunicação social.

Para o povo, austeridade. Para os amigos... Tudo!

E ainda me pedem a mim, simples cidadão deste país, e aos outros simples cidadãos como eu, que aceitemos pacificamente esta inevitabilidade de serem sempre os mesmos a pagar a crise.

Recordo-me de dois refrões musicais com dezenas de anos e que se mantêm actualíssimos:
“A mim não me enganas tu, a panela ao lume e o arroz está crú”

o Fausto também cantava assim já há muitos anos:
“E assim se faz Portugal, uns vão bem e outros mal!”

A minha resposta é inequívoca:  A LUTA CONTINUA!


 



publicado por vermelho vivo às 01:32
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Quarta-feira, 17 de Janeiro de 2007
IVG


Parece-me indispensável que o debate acerca da IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez) seja conduzido de forma esclarecedora, elevada e incida sobre aquela que é a pergunta a referendar no próximo dia 11 de Fevereiro.

Sem escamotear que do lado do SIM possam existir alguns comentários mais excessivos, parece-me claro o desvio geral e constante da essência da questão por parte dos defensores do NÃO.

O que se pergunta é o seguinte:

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

A pergunta é clara! Não pergunta se concorda que o aborto exista, porque isso nós sabemos que existe e as estatísticas dizem-nos que entre 16.000 e 20.000 abortos clandestinos são praticados por ano, sendo que este é um número talvez por baixo pois há casos que são demasiado encobertos para aparecerem nas estatísticas; Não pergunta se os comunistas tem ou não razão quando defendem o SIM, nem pergunta se esta despenalização vai contra a doutrina religiosa ou não.

O que se pergunta entre outras coisas é:

Deve-se continuar a permitir que milhares de mulheres continuem a abortar clandestinamente em clinicas de “vão de escada” com todos os riscos daí inerentes?

Deve-se permitir que a lei não tenha o mesmo peso em função dos extractos sociais? Porque quem tem dinheiro vai a espanha “passar uns dias de férias” e vem de lá com a IVG consumada sem que ninguém saiba.

Deve manter-se em vigor a hipocrisia da lei actual que não passa de uma contradição inconcebível num estado de direito, em que a lei existe mas não é cumprida? Porque a lei pune com cadeia até 3 anos quem aborte e quem ajude a abortar mas poucos Juizes a fazem valer.

Deve a mulher ter direito à liberdade individual e pessoal sobre o seu corpo, podendo decidir sobre si, ou deve o estado impor a sua vontade sobrepondo-se a este direito?

É esta realidade que se pretende referendar,  se deve manter-se ou alterar este “status”.

Pela parte que me toca, defendo o fim desta hipocrisia da sociedade, desta falsa moralidade, e exponho algumas razões:

É um dado adquirido que a ilegalidade não resolveu até agora o problema da IVG e é claro que não vai resolver-lo no futuro porque a IVG não é uma questão de lei , mas sim de consciência e de razões próprias, cabe a cada mulher perante a realidade que enfrenta decidir se deve ou não fazer esta opção, e nem o estado nem a sociedade tem o direito de decidir por ela.

A despenalização não vai obrigar nenhuma mulher a abortar, ao contrário do que erradamente acontece neste momento em que a lei empurra a mulher para a clandestinidade ou para o estrangeiro.

A despenalização da IVG poderá proporcionar um acompanhamento mais eficaz da Mulher que vai abortar, até na oportunidade de tentar alterar a sua opinião colocando-lhe outras hipóteses e disponibilizando-lhe apoio, esta alternativa jamais será possivel na clandestinidade.

Para mim, um ser humano só deve ser posto no mundo de forma responsável e desejada, porque estas são condições importantes para assegurar uma vida digna ao novo habitante.

Defendo, como sempre defendi:

- A implementação rapida e determinada da educação sexual nas escolas;

- Um ensino escolar de qualidade capaz não só de formar e doutorar mas também de consciencializar, de transmitir valores, e acima de tudo acessível a todos;

- Gabinetes de apoio e aconselhamento aos adolescentes nas escolas;

- Um planeamento familiar efectivo, que não se coaduna com o estado de privatização da saúde em curso, com o encerramento de maternidades, centros de saúde e hospitais, nem com o cada vez maior número de utentes sem médico de família;

- Um sistema de segurança e solidariedade social que permitam uma maior estabilidade aos cidadãos perante as situações de desemprego, de doença ou outro qualquer precalço;

- Leis que permitam menos precarização do emprego, salários dignos e que permitam aos pais estarem mais tempo com os filhos podendo assim transmitir-lhes valores que começam a escassear na actual sociedade;

- Leis que protejam a maternidade das mulheres no seu emprego;

- Atribuição de abonos decentes para a maternidade e apoio ao crescimento dos filhos incentivando assim a natalidade;

Se os defensores do NÃO quizerem discutir o aborto em si, estas e muitas outras, são medidas que devem ser postas á discussão  e que a meu ver podem fazer baixar as taxas de IVG. Mas não é de certeza pela penalização que a IVG deixa de existir.
Curiosamente, muitos dos que defendem o NÃO são provavelmente os mesmos que tem votado e levado ao poder os governos que não tem sido, nem vão ser capazes de pôr em prática esta tipo de politica de combate ao aborto e à exclusão social.

Alguns argumentos do NÃO têm-me deixado espantado, uns discutem se o feto até às 10 semanas tem vida ou não, alguns não conseguem distanciar a sua luta pelo NÃO do combate ao PCP e outras forças partidárias de esquerda, outros alegam razões de doutrina religiosa e moralidades para condenar a IVG, enfim, tudo menos a verdadeira questão.

E falando de perplexidade, trago ao texto o outdoor dos defensores do NÃO “Contribuir com os meus impostos para financiar clínicas de aborto?”
Não sabem eles que as consequências de muitos dos abortos clandestinos obrigam a tratamentos posteriores no sistema nacional de saúde? Não tem custos?
Não sabem eles que se a lei for escrupulosamente cumprida, as milhares de pessoas que teriam que ser presas também teriam custos para os estado?
Ao que chega a falta de argumentos...
Sobre isto, não resisto à citação de Julio Machado Vaz que  escrevia no seu blog “Murcon” o seguinte:

"Com receio que as abordagens religiosa, ética, de saúde pública, legal, etc... não chegassem, alguém sacou da manga um argumento que cala fundo em cérebros pós-modernos e endividados - querem ser vocês a pagar? Quando se recorre ao bolso e à carteira para defender a Vida, diz-se alguma coisa acerca da sociedade em questão, a saber, acerca da sua hierarquia de valores. Eles não são apenas indiscutíveis, mas também caros!
Pobres de nós - vou repetir - nós todos... - quando tal argumento faz sentido numa discussão destas.”

Não posso estar mais de acordo.

Talvez fosse mais importante que os movimentos do NÃO divulgassem o que fizeram nos últimos anos para atenuar as consequências do aborto clandestino, isso sim, pode ser um argumento válido para esta discussão e já agora, divulgassem também os resultados obtidos.
A menos que se aplique aqui aquela velha frase,
“Bem prega Frei Tomás, olha para o que ele diz, não olhes para o que ele faz.”



publicado por vermelho vivo às 12:22
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Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2007
Incoerências

Orgulho-me de não conseguir enquadrar-me nesta transparência opaca que me é dada a conhecer das mais variadas formas e que por incrível que pareça ainda me consegue deixar espantado.

Depois de o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Caldelas pelo PSD ter divulgado que foi sondado pelo PS para encabeçar a sua lista nas próximas eleições passaram 15 dias, e até hoje desconheço uma reacção ou desmentido dos politícos Socialistas vimaranenses.
Este silêncio, a manter-se, tem um significado implícito, a sondagem existiu mesmo.

Dizer que isto é o cúmulo da pouca vergonha talvez não exprima totalmente o que realmente penso sobre esta abordagem dos Socialistas vimaranenses ao actual Presidente da Junta, mas fico-me por aqui.
Não que eu ache que o Sr. Presidente da Junta não justifique tal abordagem, essa abordagem é até legitima, ensinaram-me desde pequeno que “quem faz um cesto também faz um cento” e o passado é ilucidativo nesta matéria.
Mas hajam os mínimos, os Socialistas da nossa praça e os seus “amigos” de Guimarães tem tido uma postura de contestação acentuada aos procedimentos e à gestão deste executivo da Junta, o Sr. Presidente da Câmara tem disparado constantemente sobre o "Governador" das Taipas, o que raio se passa então para uma mudança de posição? São as criticas feitas até aqui que são hipócritas e no objectivo único de fazer política, ou têm andado enganados e afinal o Sr. Arquitecto até é o homem certo no lugar certo?
Teremos que esperar pelos próximos capítulos para saber a resposta.

O Sr. Presidente da Junta por sua vez, tem malhado constantemente na Câmara (e com isto ajuda a fazer a oposição do PSD na autarquia, preparando as próximas eleições) acusando-os de não cumprir o seu dever em relação às necessidades das Taipas, acusando-os inclusive de faltarem à palavra relativamente ao apoio financeiro para a restauração do coreto (exposto na Assembleia de Freguesia e na Rádio Fundação)
Mas será que os socialistas de Guimarães são masoquistas? Serão adeptos da atitude de “quanto mais me bates mais eu gosto de ti”? (por acaso até li isto num blog Taipense)

Na realidade, passa-me completamente ao largo a abordagem do PS e a aceitação ou não de tal repto pelo Sr. Presidente da Junta como acontecimento em si, mas enquanto cidadão atento e envolvido no movimento político, enquanto cidadão que não se move na política por interesses mas sim pela tentativa de contribuir para uma sociedade melhor, já não me passam ao largo os comportamentos pouco éticos de quem devia dar o exemplo de transparência e de seriedade política.

Estes procedimentos e outros procedimentos parecidos com este só reforçam o meu orgulho em ser Militante Comunista, no Partido em que milito, estas acrobacias não só são impraticáveis como são condenáveis, no Partido em que milito, não existem duas verdades opostas uma à outra, existe seriedade nas análises e uma opinião séria formada com base na realidade, no Partido em que milito, a transparência, a seriedade politica e a coerência não são obrigações, SÃO PRINCIPIOS!

Perante os factos e atrevendo-me a ser Juiz em causa própria, direi que é inegável que a grande força da oposição a este executivo da Junta é a CDU.
E é a principal oposição porque expressa as suas divergências efectivas com esta gestão e com os métodos de governação actual que passam essencialmente pelo exercício de um populismo preocupante, tentando desviar as atenções e arranjando desculpas para as falsas promessas exibidas na campanha eleitoral.

O meu Partido, disse ontem que as promessas feitas eram inóquas quanto à sua executabilidade, o meu Partido, disse ontem que Arqto. Constantino Veiga não tinha estatura política para assumir os destinos da Vila, o meu Partido, disse ontem que se as Taipas tinham razões de queixa (que tinham e tem), iriam ter muitas mais com a gestão do PSD. Passado este tempo, O meu partido mantém a sua opinião, agora ainda com mais certeza do que ontem.

A seriedade política demonstra efectivamente uma enorme distância entre o PCP e outras forças políticas.



publicado por vermelho vivo às 11:59
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