Finalmente...
Outubro
No seguimento de muitas lutas travadas durante o ano, a grande manifestação de 18 de Outubro no Parque das Nações.
Mais de 200.000 disseram presente à convocatória da CGTP-IN. Enquanto no interior do Parque das Nações os Figurões da Europa assinavam o Tratado Lisboa, cá fora os trabalhadores e o povo exigiam mudança de rumo nas políticas neoliberais seguidas pelo governo PS/Sócrates e uma europa mais social.
A maior manifestação dos últimos 20 anos em Portugal.
Para quem tinha dúvidas, elas dissiparam-se, os trabalhadores e o povo disseram NÃO a esta política que conduz inevitavelmente ao desemprego, à precariedade, à flexigurança. Exigiram mais justiça social e mais direitos para quem trabalha.
Uma grande jornada de luta. Uma grande demonstração da força e da posição da classe trabalhadora.
Os momentos que aqui coloco em vídeo, emocionaram-me profundamente (no local) e fizeram sentir-me orgulhoso da classe a que pertenço: a classe trabalhadora.
Mais uma vez, o operador é fraco e a câmara também, mas são momentos extraordináriamente bonitos para quem sabe que a luta é o único caminho a seguir na exigência de um mundo melhor, mais justo, mais fraterno e solidário.
Em 2008, A LUTA CONTINUA!
Para todos desejo um bom ano novo.
Setembro
Festa do Avante!
Desnecessário será descrever os motivos porque a Festa do Avante é um dos grandes momentos de 2007. É única e insubstituivel!
O operador de câmara é amador, a câmara é fraca e um acidente inesperado impediu a gravação até ao final da música, mas mesmo asim, este video ilustra bem a alegria que acompanha a luta dos comunistas. Três dias inesqueciveis!
Julho
Festa da Fraternidade.
A grande realização politico-cultural organizada pelos comunistas Taipenses foi mais uma vez um grande êxito.
A presença do romancista e membro da Comissão política do PCP, José Casanova; a inédita iniciativa nas Taipas de apresentação de um livro (Tempo das giestas) com sessão autógrafos pelo autor; a demonstração de grande capacidade organizativa e executiva do PCP/TAIPAS e da Concelhia de Guimarães da JCP numa realização de 2 dias, arrojada e abrangente no plano cultural; a forte adesão dos taipenses bem como de muitos visitantes forasteiros; o apoio de várias entidades e particulares, que não tiveram preconceitos em responder afirmativamente ao apoio solicitado pela organização; a solidariedade e amizade demonstrada por muitos camaradas e amigos de vários pontos do país, que ajudaram na divulgação do evento; a alegria e fraternidade reinantes no espaço da festa, foram momentos inesquecíveis neste ano que agora termina.
Ainda em Maio
Um dos momentos que mais me marcaram este ano. A greve geral de 30 de Maio.
Mais uma grande jornada de luta dos trabalhadores portugueses em resposta à proposta do governo PS/Sócrates de implementação da Flexigurança.
Perante todas as manobras de intimidação e pressão do governo e das entidades patronais, 1.400.000 trabalhadores aderiram à greve convocada pela CGTP-IN.
Vivi esta greve intensamente na preparação e na participação. Constatei a ausência de liberdade que se vive neste país supostamente democrático e constatei o medo e a coacção originados e alicerçados na precariedade do emprego, no desemprego, na falta de condições dignas de vida e na necessidade de sobrevivência a que estão sujeitos os trabalhadores portugueses.
Tal como escrevi na altura, se as razões para lutar já eram muitas, a partir deste momento as razões passaram a ser muitas mais e a vontade de combater este estado vergonhoso a que chegamos intensificou-se bastante.
Mesmo com toda as manobras e mentiras dos figurões do governo na tentativa de desvalorizar e atenuar os efeitos desta greve, a verdade é que ela foi uma grande jornada de luta e um poderoso aviso ao governo.
Foi a primeira greve geral realizada contra um governo PS e a maior jornada de luta protagonizada pelos trabalhadores contra este governo que se diz socialista mas que na prática faz corar de vergonha qualquer governo da direita.
Este é sem dúvida o governo mais à direita de todos os governos de direita que nos tem governado desde à 31 anos. Os trabalhadores também o sabem e sentem na pele. Por isso deram uma resposta cabal no dia 30 de Maio aderindo em massa à Greve Geral decretada pela CGTP-IN.
Este video produzido pelos camaradas do Blog Cravo de Abril é bem demonstrativo do êxito desta Greve.
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Maio
No dia 13 de Maio, o Vitória vencia em Gondomar por 2-0 e consumava oficialmente a subida à 1.ª Liga. Terminava assim o pesadelo da 2.ª Liga.
Uma passagem pela 2.ª Liga que serviu afinal, para uma demonstração inequívoca da grandeza deste clube, que tem nos seus adeptos (os melhores adeptos do mundo) a sua mais valia e a profunda ligação do clube com a sua cidade e as suas gentes.
Basta atentar que o Vitória tinha cerca de 21.000 sócios quando desceu e cerca de 24.000 quando terminou a época.
O presidente do SC Braga dizia à poucos dias atrás que se o Braga tivesse os sócios de um clube vizinho (o Vitória), poderia ser campeão. Pois... a grandeza de um clube não se mede só pelos resultados.
O Vitória provou perante um momento dificil da sua história, toda a sua grandeza e provou que depois dos chamados 3 grandes é o maior clube em Portugal.
Neste dia 13 de Maio, a festa foi vimaranense com o povo a sair à rua e a demonstrar todo o seu amor e orgulho no clube da sua terra. Que é como quem diz: na sua identidade e naquilo que é seu.
Continuando...
Abril
Mais um dia inesquecível. O dia 25 de Abril de 2007.
Celebrar o 25 de Abril, não é só homenagear a data mas também, não deixar que se apague da memória colectiva um passado de ditadura e o heroismo de milhares de resistentes antifascistas.
Celebrar o 25 de Abril, é renovar e reafirmar os ideais de liberdade, igualdade, solidariedade e fraternidade proclamados com a revolução dos cravos.
Foi imbuído deste espirito Abrilista que com grande orgulho e prazer integrei a Comissão Promotora das Comemorações do 25 de Abril na Vila das Taipas, onde se encontravam também outros camaradas, e que realizou a primeira comemoração do dia da Liberdade na vila das Taipas.
Foi bonito! Foi um dia Inesquecível!
E a semente das futuras comemorações ficou lançada.
Estamos na quadra natalícia que comemora o nascimento de Jesus Cristo.
Nesta época de grande exaltação para todos os católicos pareceu-me interessante recuperar aqui neste Blog uma entrevista do Bispo das Forças Armadas, Januário Torgal Ferreira, concedida à Antena 1 / JN à um mês atrás. Mais precisamente no dia 24 de Novembro deste ano.
"Vejo pouca gente da Igreja a defender os direitos humanos"
JN | Antena 1 | Disse uma vez que uma das tragédias em Portugal era a Igreja ser só da e para a Direita. A Igreja em Portugal não está totalmente aberta?
D. Januário Torgal Ferreira | Não, a Igreja em Portugal é totalmente conservadora.
De Direita, portanto.
De Direita nesse sentido. Por isso é que o Papa diz que isto tem de dar uma volta. Pois tem. A mentalidade... Por que é que não se fala do desemprego, da violência contra as mulheres, das purgas contra as crianças, da pouca vergonha instalada na Justiça?
Posso perguntar a um bispo se é de Direita ou de Esquerda?
Costumo dizer eu sei como voto. Venho da Direita. Todos os princípios que recebi são de Direita. Só despertei para os ideais de Esquerda, da justiça social, a partir dos meus 20 anos. São os ideais de justiça social, de solidariedade que competem à Igreja. A Igreja tem coisas fantásticas, de amor, de devoção, de entrega. Mas, não tenhamos medo de dizê-lo: vejo pouca gente da Igreja a defender os direitos humanos. Há, mas pouca.
São os silêncios de que tem vindo a falar?
Sim. Prefiro a ruptura, a discussão. Espero frontalidade, mas, habitualmente, o que se usa é o truque, a hipocrisia.
Viu luz no que o Papa disse aos bispos?
Vi, claro. Ele disse uma coisa muito importante, que é que isto tem que dar uma volta. A Igreja tem de dar uma volta. Também ele, o Papa, em muitas coisas deve dar uma volta.
Que volta? Comecemos pelo Papa antes de falarmos da Igreja portuguesa.
Nós deveríamos ser muito mais escutados por Roma; não deveria haver centralismo. Deveria haver muito mais comunhão. Deveria mudar a apresentação. Deveria haver uma Igreja - não vou advogar que se venda o Vaticano, não sou iconoclasta - diferente na nossa presença, até na forma de vestir, na casa em que habitamos, o carro, o secretário, a corte. Tudo isto deveria mudar. Deveríamos ser muito mais naturais, cidadãos mais próximos e deixar aquilo que vem de outras épocas que não deve ser destruído, mas devemos viver em situações normais.
Seria mais útil?
O próprio Vaticano poderia entregar as coisas que lá tem. Mas eu refiro-me a cada um de nós, bispos, padres. Há pessoas que têm sempre de mudar de carro, comprar o melhor andar... Num país de dois milhões de pobres... A democracia portuguesa está doente. E eu pergunto, a Igreja diz isto? Não diz! Está a ver a mentalidade triste, num apagado e triste país.
O dinheiro da basílica de Fátima bem podia ter sido empregue noutra coisa...
Alguém me disse que a igreja vai nascer do dinheiro dado pelos peregrinos; que é para eles se abrigarem no Inverno e no fim do Verão. Só que acho que no Inverno não há nove mil peregrinos no santuário de Fátima (...). Seria tão exemplar criar novas mentalidades - sem discursos do púlpito, como eu estou aqui a fazer, que é muito fácil - para obras sociais mais necessárias. Privilegiaria crianças ou idosos... Aquilo que acho que falta em Portugal, a partir da Igreja, é humanidade.
Estranhou que o Papa citasse o Vaticano II?
Não, o Papa, no fundo, também cita os bispos.
No Vaticano II, defendeu-se o recurso a métodos artificiais para controlar a reprodução. Essa parte não está no discurso do Papa.
Não, infelizmente não foi aceite pelo Papa Paulo VI.
Para a Igreja, é pecado. Para si, não é?
Para mim, não é. Para mim, é um instrumento de defesa. Para mim, é um elemento promotor da vida, uma forma civilizada e inteligente de proceder.
Acha que a Igreja portuguesa pode dar a volta que o Papa pediu?
Temos pernas para andar. Teremos de ter humildade de executar, de aplicar, às vezes, coisas simples, decisões que se assumem. A Igreja foi conivente com o regime de Salazar, é coisa que a gente tem que dizer. Não é pedir perdão - que pedir perdão é mudar a nossa vida. Mas a Igreja tem responsabilidade, porque a Igreja é, de facto, Jesus Cristo...
Vamos ter de terminar. O senhor escolheu o requiem de Mozart para terminarmos esta conversa. Posso perguntar porquê?
Para mim, a morte faz parte da vida. A morte é a ressurreição que eu gostaria que começasse aqui, na Terra. A ressurreição seria o caminhar mais rápido do caminhar mais lento. Mas tudo o que eu fiz na Terra seria em ordem a derrotar estes fenómenos vergonhosos da morte que nós temos.
Comentário de Vermelho Vivo: Extraordinária lucidez critica de Januário Torgal Ferreira. Pena é que a Igreja católica na sua imensidão, tenha tão poucos bispos com esta dimensão.
Esta pequena entrevista é um excelente tema de reflexão para a quadra que atravessamos.
Aproxima-se o final do ano de 2007. Em jeito de balanço, nos próximos post's vou colocar por aqui alguns dos momentos que vivi com maior intensidade e que mais me marcaram. Claro que se tratam de grandes momentos vividos colectivamente, os outros, os pessoais, esses não são para aqui chamados.
Março
Grande jornada de luta dos trabalhadores e do povo português. Na continuação das lutas que já vinham de 2006, em Março de 2007, 150.000 disseram presente em Lisboa na concentração organizada pela CGTP-IN contra os ataques deste governo PS/Sócrates aos trabalhadores e aos serviços públicos de apoio aos cidadãos. Foi neste ano de 2007 a primeira grande demonstração de descontentamento dos portugueses e a primeira demonstração da força e da consciência de classe dos trabalhadores portugueses. Quem lá esteve, de certeza que partilhou esta emoção e o orgulho na sua classe e no seu legitimo representante, a central sindical CGTP-IN.
Há 46 anos, neste mesmo dia 19 de Dezembro mas de 1961, as balas da PIDE assassinavam um homem da cultura, um artista e militante revolucionário, um funcionário do Partido Comunista Português, José Dias Coelho.
As balas assassinas eliminaram-no fisicamente mas não conseguiram apagar da memória colectiva a sua obra e o seu legado revolucionário, nem a sua luta de resistência contra o fascismo.
As balas assassinas não impediram a continuação da luta persistente dos comunistas contra o fascismo nem a luta que os comunistas continuam hoje a travar por um mundo melhor, mais solidário e mais justo.
Sentimos nesta luta que travamos diáriamente, que continua bem vivo o camarada José Dias Coelho.
A nossa luta, é também a sua luta!
A força da convicção nos ideais comunistas e de que um mundo melhor e mais justo é possivel e exigível que acompanhavam José Dias Coelho, é a mesma força que nos move hoje, várias gerações depois, na luta persistente por esses mesmos ideais.
Aqui fica a letra da canção que José Afonso lhe dedicou:
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calcada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abracou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação.
Reafirmando: Um dia rirá melhor quem rirá por fim!
Porque hoje é Domingo.
Porque é uma excelente actriz.
Porque a beleza, o charme e elegância desta senhora cabem em qualquer lugar.
Porque a interpretação da personagem Séverine, é extraordinária.
Catherine Deneuve aqui numa foto do filme Belle de Jour.
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