"Quem luta, nem sempre ganha, mas quem não luta, perde sempre!"

 
Domingo, 14 de Setembro de 2008
O estado do ensino em Portugal

O "Notícias Magazine" de hoje, contém uma entrevista de Maria do Carmo Vieira, que arrasa por completo as políticas seguidas pelos ME dos últimos governos.

Embora apenas acentue aquilo que todos nós já sabemos, não é demais reflectir sobre algumas das suas críticas a estas políticas:

 

"... Banido o verbo ensinar, os alunos só têm actualmente de adquirir aprendizagens e competências, tendo em vista o mercado de trabalho. Daí a substimação da literatura, ignorada enquanto arte e apresentada como um mero tipo texto - em pé de igualdade com o texto programático, informativo ou publicitário.

Quando diz que o verbo ensinar foi banido, está a referir-se ao facto de ele ter sido banido do discurso oficial?

Sim, e também dos programas. Segundo esse discurso, um professor não ensina, deve apenas respeitar o discurso que os alunos trazem de casa, estar atento aos seus interesses, deixando-se estimular por eles. Esta nova estratégia pedagógica foi apresentada como incontornável numa acção promovida pelo ME, em que estive presente enquanto formadora e que incidia sobre os objectivos da nova disciplina de Português, mascarada sob o nome de lingua portuguesa, para de forma, aparentemente natural, dissociar literatura e língua, como se fosse possível.

Como interpreta isso?

Como estratégia para obter um êxito rápido e cumprir metas estatísticas. Com efeito, as novas teorias pedagógicas (uma ofensa à nobreza da pedagogia) viciam os alunos no facilitismo, cultivando a preguiça e a ignorância e afastando-os do convívio consequente com textos literários (no caso do Português) cuja leitura agora se denomina recreativa...

Este discurso oficial decidiu que os interesses dos alunos se centram no presente, liberto de influências, e no excesso de imagens que humanamente é impossível reter e que dispersam sem qualquer significado. Talvez o principal objectivo (estou cada vez mais convicta disso) seja treinar os alunos a não pensar. Não é por acaso que se descura a língua e a sua gramática, num mau-trato oficializado, manifesto na indiferença perante o erro ortográfico, a pobreza de vocabulário, a incorrecção verbal, a falta de rigor. É triste, mas creio que neste momento a escola perdeu a sua função milenar de preparar para a vida...

... Com efeito, se não for a escola a preencher o vazio cultural que resulta de uma situação familiar fragilizada, quem o fará? Pelo contrário, os que têm a possibilidade de conviver, em suas casas, com um discurso de cultura não terão qualquer problema se a escola falhar nessa missão. A esta desiguladade de oportunidades, que a escola promove, chama-se cavar o fosso entre ricos e pobres, para mais tarde, como diria Vieira no seu sermão de Santo António aos peixes, os maiores comerem os mais pequenos. Expressiva também a frase de uma das canções de Schumann: «aqueles que são ignorantes são fáceis de conduzir.» Na verdade, quem não pensa acaba por baixar os olhos,caminhar em grupo, seguindo os passos de quem o conduz, esquecendo-se de si próprio. Isto é um crime, fazer com que os alunos se esqueçam de si próprios, se anulem enquanto seres humanos, nunca reflictam sobre o que quer que seja. E depois admiramo-nos com o facto de os jovens não irem votar....

...com a implementação desta nova reforma em 2003, oficializou-se a mediocridade na escola, numa atitude de arrogância nunca exprimentada, que anunciava o acto de pensar e de reagir, e mesmo de desobedecer, como algo intolerável...

Uma outra forma de impedir que se pense é preencher todo o tempo dos alunos, num leque inqualificável de disciplinas (15, no ensino básico), com horários de manhã à noite na escola, sem tempo para si e para o estudo. Demagogicamente apresenta-se como modelo quem tenha uma agenda cheia de coisas para fazer, logo, sem tempo para pensar.

... a literatura deve ser central no ensino do Português, porque um aluno que leia Camões, Vieira, Garret, Pessoa, Sophia, Vergílio Ferreira ou Saramago, não terá dificuldade alguma em ler e compreender um qualquer texto informativo ou pragmático, ao contrário do que dizem os mentores dos novos programas.

Os alunos são evidentemente vítimas deste estado de coisas. Basta ver os que não conseguem entrar nas universidades, que são cada vez mais, e também aqueles que entram mas que desistem ao fim do primeiro ano.

Em nome da pedagogia, em nome dos interesses dos alunos e da utilização de estratégias que menorizam as suas capacidades, estamos a destruir o futuro dos alunos e a promover a desistência. Quem acreditará na qualidade do ensino das Novas Oportunidades, quando em três meses se conclui o terceiro ciclo do ensino básico(7.º, 8.º e 9.º anos) ouem seis meses o ensino secundário (10.º, 11.º e 12.º anos)? Uma inovação a trabalhar para as estatísticas e a demonstrar uma profunda falta de respeito pelos candidatos a esses novos cursos...

Não lhe parece que o que está a acontecer extravaza o país?

Claro que sim. As ordens vêm de Bruxelas e nós obdecemos acriticamente... É nítido que o objectivo é anular nas pessoas a sua capacidade de pensar, daí o pouco interesse pelas matérias de Humanidades ou o aligeirar dos conteúdos das disciplinas de Ciências. Conduzidos, deixar-nos-emos seduzir pelo consumismo e pela ideia de um progresso profundamente destruidor. O que se sugeriu para contornar o sentido da votação do povo irland~es em relação ao Tratado de Lisboa é o espelho da democracia na UE. Pensar está a tornar-se uma ousadia..."

 

Comungo totalmente esta teoria. A escola é cada vez menos, propositadamente e convenientemente, um espaço de formação e desenvolvimento intelectual.

Aliás, na mesma senda, ouvi hoje num programa da SIC, António Barreto afirmar categóricamente que o ensino actual apenas está a formar semi-analfabetos.

 

Mas para os governantes actuais o importante são as estatísticas mesmo que para tal estejam a hipotecar o futuro deste país.

 

Curioso como no final de ler esta entrevista, dei comigo a pensar que o meu gosto pela leitura se iniciou precisamente na escola básica com "O romance da Raposa" de Aquilino Ribeiro, seguido de "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes a conselho de um irmão. E na certeza de que efectivamente estes e outras centenas de livros que se seguiram a estes, foram fontes incontornáveis de aprendizagem e formação.



publicado por vermelho vivo às 23:43
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Sábado, 13 de Setembro de 2008
analogias...

Porque será que quanto mais se desenvolve a situação na Bolívia, mais semelhanças encontro com o Chile de 1973???

Os tempos são outros. Os métodos os mesmos!

O império continua a atacar!



publicado por vermelho vivo às 23:48
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Sexta-feira, 12 de Setembro de 2008
De mentira em mentira

Porque a verdade é como o azeite, mais cedo ou mais tarde vem sempre a cima.

Os números do Primeiro-ministro José Sócrates são mais uma vez desmentidos pela realidade.

Ver noticia aqui

 

P.S.: se juntarmos a estes números, os milhares que estão neste momento a frequentar formações profissionais e que estão também incluídos nos 130.000 postos de trabalho anunciados por José Sócrates, estamos conversados sobre as mentiras descabidas do nosso Primeiro-ministro.

 

Portugal continua a viver duas realidades distintas:

Uma a das mentiras de José Sócrates, outra, a realidade existente.

Nesta realidade incluem-se esta e esta notícias, que não fazem parte da realidade virtual de José Sócrates e seus acólitos.



publicado por vermelho vivo às 12:57
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Quinta-feira, 11 de Setembro de 2008
11 de Setembro, um dia trágico!

Há 35 anos, no dia 11 de Setembro de 1973, um golpe militar sangrento e sanguinário liderado por Augusto Pinochet, com forte apoio do maior bando de terroristas de que há memória - a quem dão o nome de CIA, - com uma estratégia planeada pelo pentágono e apoiada pela Casa Branca, derrubava o presidente eleito democraticamente Salvador Allende e com ele, a democracia popular e a liberdade no Chile.

 

O 11 de Setembro foi um dia trágico! 

Sim, um dia trágico naquele Setembro de 1973.

 

  

Em 1969 que Salvador Allende participa da formação da Unidade Popular, que reúne Comunistas, Socialistas, Movimento de Ação Popular Unitária e Ação Popular Independente.

Em 1970, o poeta e prémio Nobel de Literatura, Pablo Neruda, candidato à presidência pelo Partido Comunista, abandona sua candidatura para se unir a Salvador Allende e garantir a vitória deste.

Salvador Allende vence as eleições presidenciais livres e democráticas.

Com a vitória de Salvador Allende e da Unidade Popular o sonho de uma sociedade igualitária transformou-se em realidade no Chile. Esta vitória significou a implantação do regime político mais democrático da América Latina, até então. Um governo efectivamente popular que tinha como objetivo promover profundas transformações sociais no país e oferecer aos seus cidadãos condições dignas de vida.

 

 

Os Estados Unidos viram na eleição de Salvador Allende um obstáculo intransponível para a Operação Condor que já estava em marcha. Esta Operação vizava, através da CIA, travar e eliminar (através dos métodos conhecidíssimos da CIA) os movimentos de resistência às ditaduras militares que se espalhavam pelos países da América Latina nas décadas de 60 e 70, além de que não perdoavam a aproximação deste novo Chile aos países de regime Socialista.

 

Os sectores mais reacionários chilenos, entre eles as élites e as chefias militares, com o apoio incondicional dos EUA através da CIA, começaram uma campanha de boicote ao governo e asfixiamento da economia.

 

No dia 11 de Setembro de 1973, a conspiração teve o seu epílogo com o golpe sangrento e criminoso liderado por Augusto Pinochet e a CIA.

 

Após este golpe militar, Augusto Pinochet com o apoio estreito dos EUA, impôs uma ditadura no Chile que durou 17 longos anos.

 

Na repressão vingativa e impiedosa movida por Augusto Pinochet após o golpe militar aos membros a apoiantes da Unidade Popular, e nos anos que se seguiram, 30.000 pessoas foram assassinadas e mais de 100.000 foram torturadas.

 

O 11 de Setembro foi um dia trágico!

Nesse dia morreu o sonho de um povo!

 

O 11 de Setembro foi um dia trágico!

Nesse dia nasceu uma ditadura sanguinária de 17 anos!

  

O 11 de Setembro foi um dia trágico!

Após esse dia foram assassinadas 30.000 pessoas e foram torturadas mais de 100.000.

 

 

Nesse trágico 11 de Setembro, armado com fuzil soviético e um capacete dos trabalhadores mineiros, Salvador Allende permaneceu em combate até a destruição total do Palácio de La Moneda. Foi lá, no seu posto, defendendo heróicamente os seus ideais, que foi assassinado pelas tropas de Pinochet.

 

Na manhã deste dia 11 de Setembro, em directo do Palácio de La Moneda, Salvador Allende fez o seu último e emocionado discurso aos cidadãos chilenos:

 

«…Pagaré con mi vida la defensa de principios que son caros a esta patria. Caerá un baldón sobre aquellos que han vulnerado sus compromisos, faltando a su palabra, roto la doctrina de las Fuerzas Armadas.

El pueblo debe estar alerta y vigilante. No debe dejarse provocar, ni dejarse masacrar, pero también debe defender sus conquistas. Debe defender el derecho a construir con su esfuerzo una vida digna y mejor.

Una palabra para aquellos que llamándose demócratas han estado instigando esta sublevación, para aquellos que diciéndose representantes del pueblo, han estado turbia y torpemente actuando para hacer posible este paso que coloca a Chile en el despeñadero.

En nombre de los más sagrados intereses del pueblo, en nombre de la patria los llamo a ustedes para decirles que tengan fe. La historia no se detiene ni con la represión ni con el crimen. Ésta es una etapa que será superada, éste es un momento duro y difícil. Es posible que nos aplasten, pero el mañana será del pueblo, será de los trabajadores. La humanidad avanza para la conquista de una vida mejor.

Compatriotas: es posible que silencien las radios, y me despido de ustedes. En estos momentos pasan los aviones. Es posible que nos acribillen. Pero que sepan que aquí estamos, por lo menos con este ejemplo, para señalar que en este país hay hombres que saben cumplir con las obligaciones que tienen. Yo lo haré por mandato del pueblo y por la voluntad consciente de un presidente que tiene la dignidad del cargo…

Quizás sea ésta la última oportunidad en que me pueda dirigir a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Portales y Radio Corporación. Mis palabras no tienen amargura, sino decepción, y serán ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron.

Soldados de Chile, comandantes en jefe y titulares… …al almirante Merino… … El general Mendoza, general rastrero que sólo ayer manifestara su solidaridad y lealtad al gobierno, también se ha denominado director general de Carabineros.

Ante estos hechos sólo me cabe decirle a los trabajadores: Yo no voy a renunciar. Colocado en un tránsito histórico pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza que la semilla que entregáramos a la conciencia digna de miles y miles de chilenos no podrá ser cegada definitivamente. Tienen la fuerza, podrán avasallarnos, pero no se detienen los procesos sociales ni con el crimen, ni con la fuerza. La historia es nuestra y la hacen los pueblos.

Trabajadores de mi patria: Quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia que empeño su palabra en que respetaría la constitución y la ley, y así lo hizo. Es este momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes. Espero que aprovechen la lección. El capital foráneo, el imperialismo, unido a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición: la que les señalo Schneider y que reafirmara el comandante Araya, víctima del mismo sector social que hoy estará en sus casas esperando con mano ajena conquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios. Me dirijo, sobre todo, a la modesta mujer de nuestra tierra: a la campesina que creyó en nosotros; a la obrera que trabajó más, a la madre que supo de su preocupación por los niños. Me dirijo a los profesionales de la patria, a los profesionales patriotas, a los que hace días están trabajando contra la sedición auspiciada por los colegios profesionales, colegios de clase para defender también las ventajas de una sociedad capitalista.

Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron y entregaron su alegría y su espíritu de lucha; me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos, porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente en los atentados terroristas, volando puentes, cortando las vías férreas, destruyendo los oleoductos y los gasoductos, frente al silencio de los que tenían la obligación de proceder… …la historia los juzgará.

Seguramente Radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz no llegará a ustedes. No importa me seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes, por lo menos mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal con la patria. El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco puede humillarse.

Trabajadores de mi patria: Tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres el momento gris y amargo, donde la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.

Viva Chile, viva el pueblo, vivan los trabajadores!

Éstas son mis últimas palabras, teniendo la certeza de que el sacrificio no será en vano. Tengo la certeza de que, por lo menos, habrá una sanción moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición."

    

O 11 de Setembro foi efectivamente um dia trágico!



publicado por vermelho vivo às 18:43
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Comunicação social

Todos sabemos que uma boa parte dos órgãos de comunicação social são instrumentos ao serviço do poder dominante e do grande capital que, ao fim e ao cabo, são a mesma coisa. A sua ligação profunda e a perfeita coordenação de acções, não permitem sequer discernir onde acaba um e começa o outro.

Todos sabemos que essa instrumentalização acontece porque que os principais órgãos de comunicação social - e até chamados de referência - estão nas mãos do grande capital.

Todos sabemos ainda que os donos desses órgãos escolhem o director certo, que por sua vez escolhem os  jornalistas (ou jornaleiros?) apropriados e convidam os "fazedores de opinião" adequados para a dificil tarefa de emprenhar os leitores e ouvintes com as argumentações e contra-argumentações necessárias a cada momento, salvaguardando sempre os interesses do tal capital, ora defendendo as suas opções, ora atacando quem as põe em causa.

Temos assim, nesta convergência de interesses, uns fazendo o favor, outros pagando o favor, o controle e manipulação da informação que chega até nós. Relevando as notícias e temas convenientes, apagando as notícias e temas inconvenientes. Ou seja, direccionando os seus leitores e ouvintes para os temas e conteúdos "certos" e desta forma distraíndo-os e abstraíndo-os da verdadeira realidade.

Aliás, só este interesse na manipulação informativa explica a insólita história trazida a público há uns dias pela agência Lusa:

Rui Moreira, conhecido empresário nortenho, sondou Belmiro de Azevedo para comprar o jornal Público.
A proposta de compra rondava os 60 milhões de euros. Belmiro de Azevedo recusou a proposta.

Ora acontece que, ainda segundo a notícia da Lusa, o Público continua a apresentar resultados negativos. Parece que no ano de 2005 se ficou apenas e só!!! pelos 3, 19 milhões de euros, e em 2006 triplicou o negativo que passou a 10, 03 milhões de euros!!!

É caso para nos perguntar-mos: para que quererá Rui Moreira um jornal que dá prejuizo? O que levará Belmiro de Azevedo, um empresário sempre ávido de lucros, a recusar esta oferta e a manter-se dono de um negócio de grandes prejuizos?

 

Bem, mas isto tudo para dizer que sobre esta manipulação informativa e mais concretamente sobre a manipulação da cobertura da Festa do Avante, encontramos na blogosfera (que felizmente o poder dominante e o capital ainda não controlam) alguns textos que merecem uma leitura atenta.

Assim, aqui deixo links para alguns desses textos (estes foram os que tive oportunidade de ler, provavelmente haverá muitos mais):

 

http://cravodeabril.blogspot.com/2008/09/gato-escondido.html

 

http://imperiobarbaro.blogspot.com/2008/09/o-medo.html

 

http://tempodascerejas.blogspot.com/2008/09/glrias-do-jornalismo-portugus.html#links

 

http://xatoo.blogspot.com/2008/09/festa-do-avante-2008.html



publicado por vermelho vivo às 00:25
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Quarta-feira, 10 de Setembro de 2008
De volta...

Enfim... após uma férias e um recarregamento de baterias na "cidade" da Liberdade e de Abril, que o mesmo é dizer-se: na Quinta da Atalaia e no acontecimento maior da política e cultura deste país que é a Festa do Avante, cá estou de novo. A ver vamos se o tempo disponível vai permitir mais tempo para as actualizações e uma regularidade maior do que a aquela que marcou os últimos tempos.

 

E é exactamente por esse acontecimento anual único e sem paralelo em Portugal que recomeço as postagens.

 

Como não seria capaz de escrever melhor, ou sequer parecido, vou fazer um copy do excelente texto do meu amigo e Camarada Fernando Samuel, que descreve de forma soberba os três dias de Festa.

Num "à parte", saliente-se que perante a excelência dos textos diários de Fernando Samuel, recomendo a passagem diária e obrigatória pelo blog Cravo de Abril.

 

Mas vamos então ao copy de um dos seus textos sobre a Festa do Avante:

 

"Como sempre, esperávamos muito da Festa deste ano - como sempre, ela foi muito mais do que o muito que esperávamos.

A chuva - que caíu forte, durante várias horas, na sexta-feira - parecia ter sido enviada por uma dessas «entidades» que não pensam noutra coisa que não seja acabar com a Festa do Avante!
Todavia, o pessoal não arredou pé, e ela foi obrigada a ir lá fora ver se estava a chover e a dar lugar ao sol de sábado e domingo - como que prenunciando o destino das intenções da tais «entidades».

Quem lá esteve sabe como foi, quem lá não foi pode imaginar: milhares e milhares de pessoas em festa, convivendo, confraternizando, em muitos casos cumprindo encontros marcados na Festa do ano passado - e fazendo as suas opções face à diversificada oferta artística, cultural, política, gastronómica...: os Espectáculos Musicais, no Palco 25 de Abril ou em qualquer outro dos vários à disposição; o Teatro; o Cinema; o Desporto; as Exposições sobre temas científicos ou da actualidade nacional e internacional; os vários Debates sobre esses mesmos temas; a Cidade Internacional; a Cidade da Juventude (a Festa é cada vez mais a Festa da Juventude); a Exposição de Mestre Rogério Ribeiro; a homenagem ao Prémio Nobel da Literatura José Saramgo; a Festa do Livro e o habitual lançamento de novos livros - desta vez, com dois destaques: 1- a edição comemorativa do 50º aniversário do lançamento do romance «Quando os Lobos Uivam», de Aquilino Ribeiro, com um prefácio inédito de Álvaro Cunhal e com 20 ilustrações de João Abel Manta, e 2 - «50 Anos de Economia e Militância», do economista e militante do PCP, Sérgio Ribeiro.
E os Comícios, é claro: o de abertura, debaixo de chuva - a tal chuva que teve a pretensão de nos vir estragar a Festa - e o de encerramento, debaixo de sol - o tal sol de sábado e domingo que não permitiu que tal acontecesse, «o claro sol, amigo dos heróis» de que falava Antero de Quental.

O recinto era um mar de gente:
gente preocupada com a situação a que chegou Portugal após 32 anos de política de direita, e com o que se passa no mundo dominado pelo imperialismo;
gente culta, porque sabe que é possível e necessário transformar essas realidades e se afirma determinada a lutar por essa transformação;
gente portadora de um ideal que incorpora os mais eminentes valores e sentimentos humanos: justiça social, liberdade, paz, solidariedade, camaradagem, amizade, amor, ternura - e que, por isso, é o mais humano e o mais belo de todos os ideais;
gente de bem, gente fraterna, gente feliz - gente que não desiste de lutar por um futuro em que sejam respeitados os direitos a que cada ser humano, pelo simples facto de existir, tem direito.

E é toda esta gente que faz da Festa um espaço único de fraternidade e de luta.
E é toda esta gente que dá à Festa esta força imensa que nem a chuva nem as «entidades» poderão vencer.

E tudo isso nos foi transmitido pela luminosa mensagem, espalhada por toda a Festa, pelos muitos, muitos carrinhos de bebés - uma mensagem de beleza, de calma, de serenidade, de tranquilidade, de harmonia. De muita, muita confiança no futuro.

É bem verdade que não há Festa como esta."

 

Assim descreveu Fernando Samuel a Festa do Avante, e assim ela é, efectivamente!

Complemento com algumas fotos que comprovam isso mesmo:

 

Era um mar de gente na Quinta da Atalaia...

 

Um mar de gente a assistir ao espectáculo dos Da Weasel...

 

Um mar de gente em convívio fraterno.

 

Tudo isto acontece fruto do extraordinário voluntarismo e militância dos comunistas que se entregam às tarefas necessárias com grande vontade e com alegria na alma para que esta Festa seja possível.

 

Porque...

 

E também porque...

 

E mais um mar de gente no comício de encerramento. A prova provada de que o Partido Comunista Português está vivo e bem vivo e que somos muitos, mesmo muitos mil, para lutar e defender Abril. E além de já sermos muitos, somos cada vez mais!

 

E mesmo sabendo que incomodamos muita gente, somos o que somos:

Somos Comunistas! Somos Portugueses!

Temos confiança no futuro porque acreditamos que uma sociedade mais  justa, igual, solidária e fraterna, é possível.

Temos confiança no futuro porque lutamos unidos e com convicção para a construção dessa sociedade!

 

E... não há Festa como esta!



publicado por vermelho vivo às 17:08
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