"Quem luta, nem sempre ganha, mas quem não luta, perde sempre!"

 
Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2008
As Alegres votações

Este post destinava-se a ser uma resposta a um comentário ao post anterior mas como se tornou demasiado extenso para um comentário teve que ser transformado em post.

 

Afirmei no post anterior que Manuel Alegre após o seu arrufo presidencial, sentou-se na sua cadeira de deputado do PS e votou favoravelmente tudo que havia para votar desde que apresentado pelo seu partido de sempre, o PS.

Seria fastidioso mencionar aqui todas as votações por isso vou apenas lembrar algumas das mais importantes para avivar algumas memórias.

Obviamente, terá de se excluir deste raciocinio as votações dos últimos dias. Essas são a reacção de mais um arrufo de Manuel Alegre. Aquilo que eu afirmo no post anterior é que após os arrufos pontuais e em momentos precisos, Manuel Alegre volta a ser aquilo que sempre foi.
 

Então cá vão as mentiras (para alguns) implícitas no post anterior:

 

Como se sabe, o orçamento de estado é o principal instrumento definidor da política global a ser  seguida pelo governo em cada ano. Ou seja, cada orçamento de estado é perfeitamente esclarecedor sobre tipo de política a seguir pelo governo.

Resumidamente direi que este governo centrou toda a sua política na redução do défice, com a destruição dos serviços públicos, a protecção dos grandes grupos económicos e financeiros, na redução das pensões, no apertar do cinto da classe média, na perda de direitos laborais, etc. Etc. Tudo isto está contido ou implícito nos orçamentos de estado votados anualmente.
 

Agora vejamos a posição de Alegre ao longo dos anos de governação PS.

 

OE para 2006:

Não compareceu à sessão de votação. No entanto envou uma  missiva a Alberto Martins onde admite participar na votação caso o seu voto seja "essencial à estabilidade", ou seja, indispensável para a aprovação do documento.

 

OE para 2007:

Entre várias outras coisas, disse Manuel Alegre:
“O Deputado deve votar segundo a sua consciência e é responsável perante o país...

Discordo da desigual distribuição dos sacrifícios que são pedidos aos portugueses, que recaem sobre os mesmos de sempre, nomeadamente pensionistas e os funcionários públicos, que vêem o seu poder de compra diminuir pelo sétimo ano consecutivo.

Discordo igualmente da redução dos benefícios fiscais para os deficientes, medida que, não tendo grande peso no acerto das contas públicas, tem um significado negativo do ponto de vista social.

Discordo profundamente das taxas moderadoras para internamentos e cirurgias, as quais, segundo o Ministro, não representam mais do que 1% dos gastos do Serviço Nacional de Saúde, mas constituem em meu entender uma dupla tributação que contraria frontalmente a filosofia do Serviço Nacional de Saúde...  estas taxas são “taxas de punição dos doentes” que apenas servirão para “pressionar o doente a pressionar o médico” no sentido de reduzir o internamento. A existência destas taxas moderadoras pode ser um primeiro passo na alteração dos princípios fundamentais do SNS.

O OE para 2007 prevê a criação de provisões específicas para o sector bancário (cobertura de risco de crédito, de risco país, para menos-valias de títulos de carteira de negociação e para menos-valias de outras aplicações). E para as seguradoras prevê a criação de provisões técnicas e provisões para prémios por cobrar. Em ambos os casos o efeito prático destas medidas é o de uma redução do imposto a cobrar e uma efectiva perda de receita fiscal..."
 

Mas...

Na votação, Manuel Alegre votou... a favor do orçamento.

 

OE para 2008:

Ficou célebre durante a discussão do OE para 2008 aquele episódio em que Manuel Alegre pede a palavra e... O Parlamento ficou expectante. Os jornalistas colocam-se a postos. Atenção que vai falar a consciência de esquerda do PS. Será finalmente o murro na mesa? Sócrates vai concerteza ouvir das boas!

Talvez que o deputado do PS Manuel Alegre fosse mostrar a sua revolta contra o futuro reservado às Estradas de Portugal, ou relativamente a tantas outras situações revoltantes do Orçamento de Estado  como a continuação do congelamento salarial da função publica, o financiamento insuficiente do ensino superior, o investimento cada vez menor na saude, etc etc.

E Manuel Alegre levanta-se e fala:

“Sr. Presidente. Sou obrigado a fazer uma interpelação porque nós não temos condições de poder prosseguir. Estamos sujeitos a uma espécie de flagelação pelo frio. Agradeciamos  à mesa no sentido de tomar providências de desligar aqui o ar condicionado sob pena de nós não conseguirmos continuar a exercer aqui as nossas funções. Não temos condições. É um problema de saúde.”

Gargalhada geral no parlamento.

 

Veio a votação, Manuel Alegre votou... A favor do orçamento!

 

Mais tarde em declarações aos jornalistas anunciou o que continha a sua declaração de voto apresentada por escrito à mesa da Assembleia. disse Manuel Alegre:

"Lamento que tenham ficado por esclarecer as dúvidas suscitadas pela questão da Estradas de Portugal".... “para combater o desemprego, precisamos de uma política agressiva de investimento. Neste aspecto o Orçamento é bastante decepcionante".

"Não posso deixar de recordar que para além do défice orçamental há um défice social e um défice de esperança, agravados pelo panorama do desemprego", e sublinhou Manuel Alegre "continua a existir um défice nacional de reflexão e visão estratégica".

 
OE para 2009:

Entre outras coisas, disse Manuel Alegre na sua declaração de voto:

“Precisamos de uma nova via e de uma nova definição de prioridades. Penso por isso que seria necessário ir mais longe no combate à crise e às suas consequências futuras. Entre os 27 países da União Europeia, Portugal é um dos nove mais pobres, existindo 1,9 milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza, na sua maioria no Norte, a braços com um número cada vez maior de falências de fábricas. Por outro lado, de acordo com relatório recém-divulgado da OCDE, Portugal é o 3º país membro daquela organização com maiores injustiças sociais (apenas o México e a Turquia apresentam níveis de desigualdade superiores). Na União Europeia somos o país com maior desigualdade na distribuição da riqueza. Só conseguiremos combater as causas estruturais da pobreza e a persistência das desigualdades com uma nova estratégia de desenvolvimento e um novo contrato social."

 

Mas veio a votação e Manuel Alegre votou... A favor!
 
Avancemos.

 

Assistimos através deste governo PS/Sócrates à maior fraude política de que tenho memória. Nem mais nem menos que a renúncia por parte do Governo Sócrates em referendar o Tratado Lisboa e à tentativa de o aprovar através do Parlamento nas costas dos cidadãos.

Eis o que disse Manuel Alegre:
“Os líderes europeus tiveram medo de dar a palavra ao povo. Nós não devíamos ter”.
 

Mas... Na votação no parlamento para a realização do referendo, Manuel Alegre... Absteve-se.

Na votação para ractificação parlamentar do tratado, Manuel Alegre votou... A favor.
 
Continuando.

 

Ainda bem recentemente, na votação para o aval de garantias de 20 mil milhões de euros à Banca, ou seja no financiamento do estado aos banqueiros (coitados, nas ruas da amargura e desesperados com a pobreza que os esperava) Manuel Alegre votou... Absteve-se.

 

Podiamos continuar por ai adiante mas apenas encontrariamos mais do mesmo. A mesma atitude aparentemente rebelde, discursos interessantes e a mesma votação a favor ou a abstenção.

 

Se o que aqui está escrito for mentira, façam o favor de me desmentir!

 

Se estas votações não revelam a cumplicidade, ou melhor, a responsabilidade de Manuel Alegre nas políticas do governo PS/Sócrates durante estes três anos de mandato com as consequências de que agora se queixa Alegre, façam o favor de me desmentir!



publicado por vermelho vivo às 00:19
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Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2008
A esquerda blá-blá em conversa

Realizou-se ontem o Fórum das Esquerdas (Esquerdas, como quem diz... Quem os conhecer que os compre), e sobre ele apeteceu-me escrever algumas notas que só não estão estampadas de caras para quem não as queira ver.
 

1.º - Registei o grande destaque dado pela imprensa a este encontro. Foi tal o destaque que, já na Segunda-feira, ainda foi notícia de abertura do telejornal das 13.00 horas da RTP. Também o Prof. Marcelo, no seu espaço de domingo à noite também se alongou sobre o evento e teceu as suas habituais análises, o curioso aqui é que duas semanas antes nem uma única palavra sequer tinha tecido sobre o XVIII Congresso do PCP realizado nesse fim de semana.

Comparando a divulgação, cobertura e destaque dada pela imprensa ao Fórum e a irrelevância com que essa mesma imprensa tratou o Congresso do PCP duas semanas antes, estamos falados sobre o papel desempenhado pela imprensa manuseada pelo poder dominante e pelo capital, na necessária (contra)informação e no papel que presta aos seus donos.
 

2.º - No "JN", jornal que folheio diáriamente entre o almoço e a entrada no trabalho, Isabel Teixeira da Mota, além de uma cobertura soberba!!! Sobre o Fórum escreve o seguinte: «Recorde-se que o PCP não participou, sob o argumento de se tratar de uma iniciativa "sectária"». E pronto... Se a jornalista (de excelente craveira como se comprova) diz e escreve isto, é porque é assim!

Nada mais mentiroso!

Se a jornalista fosse efectivamente jornalista teria escrito: Recorde-se que o PCP não participou PORQUE NÃO FOI CONVIDADO. O que levou inclusive o PCP a considerar a iniciativa de sectária.

Mas não! Não era isto que convinha que os leitores do seu jornal soubessem mas sim o que ela escreveu. De facto, já se mente descaradamente e sem uma ponta de pudor.
 

3.º - Disse Manuel Alegre (mais conhecido em Coimbra por Pateta Alegre, os conimbricences que o conhecem bem lá saberão a razão de tal alcunha), mas disse ele que a tal alternativa de que fala “Não se fará sem eleitores, simpatizantes e militantes do PS".

Claro que a verdade não é bem essa, mas também não era a verdade que ele queria exprimir. E a verdade, aquela verdade inquestionável e que todos nós sabemos é esta:

Não existe nem nunca poderá existir alternativa ou convergência de esquerdas em Portugal sem a maior força política de esquerda: o PCP.

Alegre sabe isto tal como também sabe que o seu jogo não é, nunca foi, nem nunca será criar qualquer alternativa ou convergência de esquerda, tudo não passa de blá-blá-blá. E também sabe perfeitamente que o PCP não se disponibiliza para brincar aos Fóruns, convergências e alternativas blá-blá-blá.
 

4.º - No meio de tanto blá-blá-blá e de tanto tratamento informativo pela imprensa, não consegui encontrar nenhum indício da tal política alternativa, ou seja, em momento nenhum alguém disse que só com uma ruptura profunda com esta política de direita, só com o afastamento dos partidos de direita PS/PSD/PP do poder se pode construir uma alternativa séria e viável para Portugal.

Por aquilo que eu percebi, é absolutamente necessário mudar o estilo, retocar alguns pontos na política seguida nestes 32 anos de governos PS/PSD/CDS/PP, mas no essencial... Na tal ruptura... Nada.
 

5.º - Manuel Alegre não é novo nestas coisas. Já pintou a manta de cores de esquerda à uns tempos quando quis ser Presidente da República, falou de um PS deteriorado que já não era o dele, da possibilidade de um novo movimento civico, blá-blá-blá...

Depois... Bem, depois foi sentar-se na sua cadeira de deputado do PS na Assembleia da República e votou favoravelmente todas as medidas apresentadas pelo seu Partido na Assembleia e em alguns casos para não parecer tão mal - tamanha era a contradição entre o que dizia e o que fazia lá se abstinha. Pena é que com tamanha discordância ideológica nunca fosse capaz de votar contra. Ou seja, estes arrufos de Alegre começam a tornar-se um dejá-vú. Curiosamente, acontecem sempre em momentos precisos.
 

6.º - Manuel Alegre falou até da possibilidade de um novo partido que vá a votos. Aqui então é que eu não percebi nada.

Manuel Alegre continua a ser militante do PS, membro da comissão política do PS, deputado na Assembleia da República pelo PS, vice-presidente da Assembleia da República pelo... PS. Se com tanto blá-blá-blá não foi ainda capaz de se demitir de nenhum destes cargos, como é possível acreditar que este homem esteja a falar verdade?

Desenganem-se os mais distraídos, Manuel Alegre foi, é e será sempre deste PS que está a destruir os serviços públicos, a proteger o grande capital, a tentar aniquilar os sindicatos, os direitos de quem trabalha..., do outro PS que legalizou o Lay-off e os contratos a prazo..., do PS que liderou a contra-revolução em concluio com a Frank Carlucci e a CIA, do PS que há-de vir...
 

7.º - Considero simplesmente lamentável o papel do BE e a busca de protagonismo eleitoral. Enchem a boca de esquerda, alternativa, convergência... Mas na realidade mais não fazem que ser um instrumento útil para a perpetuação das políticas de direita seguidas ao longo de 32 anos em Portugal.

Depois da fretada prestada ao PS com o tal Zé (de que efectivamente António Costa precisava), estão novamente disponíveis para mais umas fretadazitas com Alegre agora, com a Roseta depois...

Dizendo-se de esquerda através das palavras, demonstram acima de tudo uma incoerência inacreditável deixando bem claro que o seu adversário não é a política de direita mas sim o PCP. Daí não o convidarem para a conversa Alegre com que se entretiveram durante o dia de Domingo.
 

8.º - Na conclusão de tudo isto, não percebi quais as conclusões do Fórum, que acções objectivas vão ser levadas a cabo para derrotar esta política de direita.

Há!!! Concluíu-se que... É preciso promover o pleno emprego..., combater à especulação financeira..., distribuir equitativamente o rendimento..., reforçar os serviços públicos... Pois... mas como se atingem estes objectivos?
Bem... Talvez em coligação com este PS e retocando um pouco as suas políticas de direita...

Ora ai está!!! Tal e coisa, coisa e tal e vive-versa... Mas... Nunca pondo em causa este extraordinário modelo de sociedade vigente onde uns se abotam á tripa-forra e a maioria vive nas ruas da amargura. Nunca, mas nunca, pondo o dedo verdadeiramente na ferida: só com uma ruptura com a política seguida ao longo dos últimos 32 anos é possível encetar o caminho da mudança.

Concluindo: estão bem uns para os outros. Bloquistas, Alegristas, ex-Comunistas e afins. Continuem que o poder dominante agradece e compensar-vos-á com uns rebuçaditos quando tal for necessário.
 

É exactamente devido a esta extraordinária utilidade que esta gente tem para a continuação das políticas de direita que os meios de comunicação que cumprem o seu papel de serviçais do poder dominante e do grande capital lhe dão tanto destaque.

 

É exactamente porque o PCP não se presta a este papel de bobos da corte, que os mesmos meios de comunicação que cumprem o seu papel de serviçais do poder dominante e do grande capital tentam abafar o mais que podem.



publicado por vermelho vivo às 23:56
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Domingo, 14 de Dezembro de 2008
Sobre a violência na Grécia

Os protestos violentos na Grécia têm estado na ordem do dia. Mas... a maior parte dos orgãos de informação têm feito e transmitido a visão redutora de que tudo se resume a um protesto estandantil devido a um acontecimento isolado, ou seja: a morte de um estudante pela polícia. Para uma melhor compreensão e uma mais profunda reflexão sobre o assunto, deixo aqui hoje a sugestão de leitura de dois artigos publicados em odiário.info.

 

Através de um artigo assinado pelos editores com o título: A luta do povo da Grécia,  - onde se sublinha que: "A Grécia é nestes dias uma vitrina dramática da crise mundial. O seu povo, assumindo-se como sujeito, confirma com o seu exemplo, que é pelos caminhos da luta de massas e não através dos parlamentos controlados pelos partidos das classes dominantes que o capitalismo estremece, recua e pode ser derrotado." - e através do discurso de Aleka Papariga, secretária-geral do Partido Comunista da Grécia, no comício realizado em Atenas no passado dia 8 de Dezembro, podemos perceber que estes protestos violentos assentam efectivamente na revolta do povo grego e que são um inequívoco movimento popular de protesto desafiando claramente o poder.

 

 

Neste discurso de Aleka Papariga podemos também encontrar a leitura coerente e inequívoca dos Comunistas Gregos sobre os mais recentes acontecimentos. Sem tibiezas a secretária-geral do Partido Comunista Grego afirmou:

 

«Queridos Camaradas:

A resposta deve ser massiva, política e organizada. A morte de Alexandros Grigoropoulos é um assassínio, e não é um caso isolado nem acidental. É a crónica de uma morte anunciada pela violência e a repressão estatais, que reconhece o povo como inimigo quando este exige os seus direitos, e odeia a greve, a manifestação, a ocupação ou qualquer forma de luta.»

 

«sabemos como lutar em cada fase e pela via que seja mais adequada em cada momento. É por termos essa experiência que apoiamos toda a forma de luta que acelere, dinamize e dê força política ao movimento».

 

«Queridos camaradas e Amigos:

Ouvimos ontem controversos comentários de vários jornalistas e diversas personalidades políticas. Perante a violência cega dos que vão encapuçados acabam de ver a ira do povo; perdoando todas as acções e ajudando o governo e todo o tipo de governo antipopular a promover e aplicar as suas próprias leis repressivas, bem como as da UE, contra o seu próprio povo, a criar novos corpos repressivos do Estado, legal ou ilegalmente. Ao mesmo tempo tentam manter-se próximos dos lojistas que viram as suas lojas destruídas. Todos estes jornalistas e personagens políticos aparecem a apoiar ambas as partes.

Muitos deles elogiam as denominadas forças «antipoder». Perguntamos-lhes directamente se a viúva dum trabalhador assassinado num acidente de trabalho deitar o fogo à casa do empresário responsável, o que dirão? Apresentá-la-ão como heroína ou gritarão que não tem o direito de fazer justiça pelas suas mãos, que há uma legislação e um estado de direito e tudo o mais? ..."
 

Textos completos aqui e aqui



publicado por vermelho vivo às 13:08
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Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2008
Exemplares critérios de igualdade informativa

As televisões portuguesas são indiscutivelmente um exemplo de informação isenta, imparcial e de tratamento igual no que concerne aos acontecimentos políticos que vão ocorrendo neste país.

É assente nestes critérios de igualdade e imparcialidade que os comentadores habituais nas Tv's são sempre escolhidos entre membros ou apoiantes do PS ou do PSD.

Ou seja, é uma questão de igualdade, assim nenhum dos partidos é discriminado.

E para provar a pluralidade das opções, às vezes também aparecem alguns convidados ligados ao BE.

Como se pode constatar, estão sempre, ou quase sempre, representados os vários sectores políticos existentes em Portugal: o centro-esquerda, o centro-direita e a esquerda.

Lembrando o famoso e extraordinário FMI de José Mário Branco, poderia perguntar-se sobre os descontentes: "que mais é que eles qerem? um mercedes no Natal?"

 

Bem, o XVIII Congresso do PCP trouxe a alguns duvidosos mais uma demonstração inequivoca dessa mesma isenção, imparcialidade e tratamento igual a todos os partidos políticos.

Quando se realizam os congressos do PS ou do PSD temos com uma semana de antecedência todos os canais de televisão a fazerem o anúncio gratuito desse acontecimento acompanhado da informação de que pode acompanhar tudo a partir desse canal.

Durante esses congressos os directos são permanentes. Ora porque vai abrir, ora porque vai encerrar, ora porque vai intervir o fulano tal, ora porque se sabe que o outro fulano tal vai dizer algo. Perdoem-me a expressão mas só falta intervir em directo para anunciar que a figura tal soltou ou vai soltar um "peido".

As horas destinadas a estes congressos são infindáveis. Fazem-se análises, comentários, reportagens... enfim, chega a ser fastidioso ver televisão nesses fins de semana.

Ora foi utilizando rigorosamente os mesmos critérios informativos que as estações televisivas portuguesas fizeram a cobertura do XVIII Congresso do PCP.

Se fosse trazer até aqui todas as razões para uma apreciação desta imparcialidade informativa, este post não terminava nunca mais, assim vou apenas dar um exemplo, que é significativo e demonstra o resto da cobertura televisiva.

Hoje, quando Jerónimo de Sousa fazia a intervenção de encerramento do Congresso, e que coincidiu com o decorrer dos noticiários diários, a RTP e a SIC (não tive oportunidade de ver a TVI, como tal também não faço juizos) faziam directos de largos minutos sobre... a neve que caíu e caía em Portugal.

Uma das estações (confesso que já não sei qual) foi ainda mais longe, após os directos a partir da neve prosseguiu o noticiário com as palavras proferidas ontem por Marcelo Rebelo de Sousa num programa televisivo, depois com Manuela Ferreira Leite que também disse mais umas coisas num local qualquer e finalmente passou para um directo a partir do Congresso do PCP.

Como se pode constatar, com uma tão saudável comunicação social ainda há quem tenha o desplante de afirmar que os portugueses estão mal informados.

Outros ainda, chegam a cometer a enorme injustiça de afirmarem que os portugueses estão mal informados porque são mal informados pela comunicação social que temos.

E imagine-se... há outros ainda que afirmam a pés juntos que a maior parte do comunicação social está ao serviço do poder dominante e do grande capital, que não passam de instrumentos do sistema, com a função de tentar moldar as cabeças dos cidadãos com os conteúdos e as opiniões necessários a que esse mesmo sistema pareça o melhor e inevitável.

Sem dúvida que tais acusações só podem adevir de gente muito injusta e capaz das mais infundadas acusações.



publicado por vermelho vivo às 23:52
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