Muito se tem falado sobre a recusa do governo Venezuelano na renovação da licença do canal RCTV. E se muito se tem falado, também muito se tem ocultado. Uns inconscientemente, outros por conveniência, muitos dos paladinos da liberdade que se insurgiram contra a medida do governo venezuelano citam apenas de uma parte da história.
Antes de mais, deve ficar claro que se trata de uma não renovação e não de um encerramento, como se tem tentado fazer passar.
Depois, deixo alguns elementos para uma avaliação séria da questão:
Hugo Chavez foi eleito democráticamente presidente da Venezuela em 1998 com 56% de votos.
Desde então realizou: referendo para convocar a Assembleia Constituinte; eleição dos constituintes; referendo para aprovar a nova Constituição, eleições para relegitimar os mandatos de: presidente, membros da Assembleia Nacional, governadores, presidentes e membros dos executivos municipais, juntas paroquiais.
Em 2000, ao submeter-se novamente a votos, foi reeleito presidente da Venezuela com uma maioria ainda mais reforçada.
Não há exemplo de algum governo que se tenha submetido a tantas consultas democráticas.
Também, uma parte da história do canal dirigido por um sujeito de perfil gangsteril – Marcel Granier:
Em 1976, Andrés Pérez, social-democrata, suspendeu o canal durante três dias por difundir «notícias falsas e tendenciosas».
Em 1980, Herrera Campins, democrata-cristão, fechou-o por 36 horas acusando-o de «sensacionalista».
No ano seguinte, voltou a ser posto fora do ar por emitir cenas de pornografia «hard core».
O mesmo primeiro mandatário encerrá-lo-ia durante 24 horas «por ridiculizar o presidente de forma humilhante».
Escandalizou-se o mundo com estas decisões? Nem pensar! Eram zangas entre comadres.
Não há muitos meses, o canal apresentou, em horário infantil, uma série de degolamentos numa peça sobre a guerra «contra o terrorismo».
Excerto retirado do jornal “Avante”
Outro lado importante da história:
Os acontecimentos abaixo reportados aconteceram em 2002, quando Hugo Chavéz exercia legitimamente a presidência da República Venezuelana, sufragada pelo povo, através do voto livre e democratico nas urnas, e de acordo com a constituição Venezuelana.
Estes videos servem para aferir o papel da RCTV (e outras TV's privadas) no golpe de estado de 2002.
Sejamos honestos, a RCTV merecia ter sido imediatamente punida com a suspensão de licença de emissão por atentar contra a constituição venezuelana apoiando um golpe de estado ilegítimo e por ser uma ameaça perigosa para a democracia.
Mas não. Hugo havéz esperou democráticamente que a concessão caducasse. E aí legitimamente não revogou a concessão.
Onde está afinal o atentado à liberdade e à democracia?
Não deixa de ser curioso que os paladinos que demonstram preocupações com a democracia na Venezuela, não gastem uma palavra que seja na denúncia das decisões de Alan Garcia. O presidente Peruano fechou dois canais de televisão e três estações de rádio: Canal 15, Canal 27, Radio Ancash, Radio Miramar e Radio Armonia, tudo por questões burocráticas.
Provavelmente, os mesmos paladinos que se insugem contra a democracia venezuelana, consideram os encerramentos no Perú como um exercício saudável de democracia.
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