Desculpem-me a insistência no tema, mas não é possível ignorar tanta desfaçatez, tanta falta de vergonha e tanto desrespeito pelas regras de isenção informativa.
Tenho por aqui abordado a falta de isenção de grande parte dos órgãos de informação e sua servidão submissa aos seus donos. O mesmo é dizer, aos donos dos grandes grupos financeiros e económicos. Estes, além de imporem a sua ideologia capitalista ao mediocre governo PS/ Sócrates, tal como o vem fazendo a todos os governos de direita que nos têm governado, apostam forte no controle da comunicação social como instrumento fundamental de lavagem e difusão da sua ideologia exploratória e da inevitabilidade de o mundo ser composto por ricos (neste caso, muito ricos, riquissimos) e pobres (neste caso, aos milhões).
Essa falta de isenção é tanto mais grave porque vêm de órgãos de informação considerados de referência. Mas o Poder dominante manda, e os serviçais cumprem.
Não necessito de mais provas do que aquelas que todos os dias, através das abordagens inviezadas de vários acontecimentos portugueses e mundiais que estes órgãos de comunicação social fazem questão de transmitir ou da escolha criteriosa dos directores e fazedores de opinião que estes grupos económicos detentores da imprensa procedem, para saber que a sua isenção informativa é uma balela.
Enquanto me lembrar que o director deste jornal, José Manuel Fernandes, chorou ao ver na TV as imagens dos milhares de iraquianos derrubando a estátua de Saddam Hussein (na versão dele próprio) e que na minha televisão o que apareceu foram os militares americanos a derrubar essa mesma estátua com meia dúzia de iraquianos a assistirem, estou convencido da seriedade e rigor Jornalístico deste jornal.
Assim, mesmo não necessitando de mais provas, o Público insiste em continuar a provar aquilo que eu já sei sobejamente.
Vem isto a propósito de que este mesmo jornal/pasquim propagandista do capital, depois de ignorar ostensivamente e permanentemente a luta de massas e mais concretamente a protagonizada por 50.000 portugueses, não escrevendo uma frase que fosse na primeira página de Domingo sobre esta grandiosa manifestação, Estampa hoje na sua primeira página o anúncio da comício do PS/Sócrates.
Não, não é a notícia do comício realizado. Esse vai concerteza encher toda a primeira página. É ainda e só o anúncio desse mesmo comício.
Este tratamento desigual, fere inquestionavelmente a isenção informativa e entra na esfera da pouca vergonha, do desrespeito pelos partidos políticos e em particular dos militantes Comunistas.
Este tratamento desigual, é uma afronta a todos aqueles que acreditam que a comunicação é um instrumento incontornável do exercício da democracia.
Este estilo mais me faz lembrar inúmeras histórias que li sobre um passado recente deste país, entre elas uma manifestação de apoio quando da chegada de Marcelo Caetano de uma visita à Inglaterra, onde tinha sido alvo de forte contestação nas ruas.
Também nesse tempo, a comunicação social dominante fazia primeiro a propaganda, depois a cobertura apoteótica da acção.
Também nesse tempo, as acções de protesto populares eram desvalorizadas na comunicação social e os comunistas apelidados de agentes da Rússia comunista e de terroristas.
Também nesse tempo, se tentava fazer passar a mensagem de que os comunistas eram apenas meia dúzia de insurrectos que perturbavam constantemente a ordem pública.
Semelhanças, apenas...
Aqui fica a primeira página de hoje, Terça-feira. Comparem-na com a de Domingo e tirem as vossas ilações.
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