Domingo, 16 de Março de 2008
Os servos do poder (II)
Há uns dias escrevia aqui sobre o tratamento desigual e intencional com que alguns órgãos de comunicação social pautam a sua informação. Esse tratamento desigual, entre muitos outros elementos facilmente detectáveis, revela-se também no escamoteamento intencional da relevância de alguns acontecimentos em contraponto com a grande relevância conferida a outros.
Assim, previa e dizia eu que, este diário - Público - após não ter dedicado uma única palavra na sua primeira página à grande manifestação convocada pelo PCP, onde estiveram mais de 50.000 portugueses, teria de certeza uma atitude diferente quando 15 dias depois se realizasse o comício do PS. Dizia ainda que provavelmente este acontecimento ocuparia a primeira página do jornal.
Pois é. Não me enganei! E não é vidência, não! É apenas a leitura óbvia da postura permanente de serviçal que este jornal presta ao poder dominante e ao capital.
Cá fica a primeira página do "Público" de hoje.
Infelizmente, este constatar da razão que tinha, e tenho, não é motivo de regozijo. Bem pelo contrário, é um motivo de grande preocupação. Esta manipulação da informação abala completamente a credibilidade e a isenção da informação que se exige num país livre e democrático.

O "Público" é um jornal privado do Belmiro. Este é do partido que governa: PS ou PSD. Querias destaque de uma manif do PCP?
Não sejas ingénuo.
Bem o Avante também não vai dar destaque ao comício do PS.
Casanova em 2002 no Seixal disse que o único jornal sério era o Avante, portanto.
De facto o Avante não vai dar destaque ao comício do PS - vai abordá-lo e analisá-lo, como lhe compete.
Mas o Avante não é - nem diz que é - um jornal imparcial e isento: afirma-se claramente do lado dos explorados e contra os exploradores - ao contrário do Público (e dos outros todos) que se fartam de arrotar imparcialidade e isenção, estando, de facto, ao serviço exclusivo dos interesses do grande capital que é seu propirietári.
abraços.
Caro José Manuel,
Vai desculpar-me a frontalidade mas, a comparação que faz é completamente absurda. Tal como já tive oportunidade de lhe explicar numa outra situação, o Avante! é o órgão de informação do PCP. O que significa, tal como diz o Fernando Samuel, uma informação vista do lado dos explorados e contra os exploradores. Isto não é uma verdade camuflada nem é novidade para ninguém. Também lhe repito que: não tenha dúvidas que é sério! Não engana ninguém. Quem lê o Avante! sabe perfeitamente qual o quadrante político que o orienta.
O "Público" considera-se um jornal imparcial e pior que isso, um jornal de referência da comunicação social portuguesa. No entanto a realidade demonstra que não só não é sério nem isento como faz um esforço imenso na sua campanha de propaganda política e de interesses capitalistas.
De
Boots a 20 de Março de 2008 às 13:33
Não deixa de ser estranho que o publico que se presume isento, dê este destaque a um comicio com 10.000 pessoas de todo o país e não faça qualquer chamada a 1ª página quando se realizou a maior manifestação de um partido dos últimos 30 anos.
Não cumpre com o seu dever de informar de forma isenta quando não destaca a manifestação do PCP com 50.000 pessoas em Lisboa.
Que outro critério senão o político poderá ter estado nesta diferença de tratamento, aliás foi um mal de que padeceu quase toda a imprensa escrita do nosso país, pois à excepção do JN, que trazia um pequeno destaque na 1ª página, todos os outros decidiram que não era facto relevante para a chamada a primeira página. É o que dá termos os órgãos de comunicação social nas mãos de quem pactua com o actual estado de coisas.
Mas enfim a rua continuará sempre a ser o palco priveligiado da demonstração do descontentamento, e isto meus amigos, isto está a crescer a olhos vistos.
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