Sendo os sérvios considerados os únicos culpados pelo conflito e aos olhos do mundo, os grandes responsáveis pelas atrocidades cometidas na Bósnia, vale a pena relembrar alguns factos:
De facto, também deve dizer-se que a população sérvia viu-se na necessidade de lutar por conservar as suas regiões e abrir corredores de comunicação entre elas, foi essa a luta que começou. Com o desenrolar da guerra e a escalada dos confrontos - com muita influência das ingerências externas - instalou-se a desordem própria de uma guerra civil. As consequências dela resultantes são inseparáveis do ódio étnico presente naquela região que advém do passado histórico da região balcã.
A intoxicação e manipulação informativa sobre o conflito é bem visivel nas palavras de um observador previligiado devido à posição que ocupava.
O autor destas declarações é o general belga Francis Briquemont, responsável pela FORPRONU na Bósnia:
“«A desinformação é total. A televisão necessita de um bode expiatório. De momento há unanimidade total para condenar os sérvios e isto não facilita a procura de uma solução. Não creio que se possa considerar o problema da ex-Jugoslávia e da Bósnia-Herzegovina unicamente desde o ângulo anti-sérvio. É muito mais complicado que tudo isso. Um dia, em plena guerra croato-muçulmana, informamos a imprensa sobre os massacres cometidos pelo exército croata. Um jornalista estadounidense disse-me: “Se eu oferecer este tipo de informação, os telespectadores americanos não vão entender nada do que aqui se passa.”»
Ou seja, a guerra também se joga na opinião pública e silenciar os crimes de uns e diabolizar os crimes de outro é uma velha estratégia de propaganda de guerra. Assim, só uns, neste caso os sérvios, podiam podiam ser “os maus”. Os outros, teriam que ser necessáriamente “os bons”. Ora, “os bons” não podiam cometer crimes horrendos. Pelo menos aos olhos do mundo.
Assim, nesta manipulação de informação para a opinião pública, e não só, alguns acontecimentos foram convenientemente branqueados e mesmo ocultados, em contraste com a relevância atribuida a outros acontecimentos onde se responsabilizaram os sérvios.
Por exemplo, em Srebrenica habitavam essencialmente muçulmanos e sérvios.
Através de artigos de correspondentes da BBC e outros jornalistas de cadeias independentes, podemos constatar que os muçulmanos-bósnios atacaram e arrasaram mais de 50 aldeias em redor de Srebrenica, habitadas quase exclusivamente por sérvios.
Numa dessas operações, em Janeiro de 1993, as forças muçulmanas de Izetbegovic levaram a cabo uma operação de limpeza étnica a que, convenientemente, nunca foi dada relevância para o que viria a acontecer depois.
O relato desta operação foi feito mais tarde pelo general francês Philippe Morillon, que comandava as forças da ONU nesta cidade:
«Durante uma noite sacra de Janeiro de 1993, Nasser Oric lançou uma incursão sobre o povo sérvio. Cortaram-se cabeças, houve massacres abomináveis cometidos pelas forças comandadas por Nasser Oric em todos os povos da vizinhança.»
É verdade que o desejo de vingança dos sérvios não justifica os crimes cometidos posteriormente, mas a verdade é que estes massacres que antecederam os que viriam a acontecer, sempre foram ocultados ou desvalorizados.
Na manipulação de informações sobre Srebernica, também foi muito mediatizado o massacre sérvio em que supostamente mataram e enterraram 7.000 muçulmanos. A verdade é que investigações exaustivas concluiram que não foram desenterrados mais de 2.000 corpos. E neste número encontram-se várias étnias e não só muçulmanos.
Também é verdade que milhares de mortos que foram atribuidos aos massacres sérvios, foram-no por deturpação intencional da realidade. Muitas dessas mortes aconteceram, mas em combate.
Mais algumas curiosidades:
Em agosto de 1994, por ordem de Alija Izetbegovic, forças bósnio-muçulmanas atacaram a região também muçulmana de Bihac que era administrada por um bósnio-muçulmano, Fikret Abdic. A razão importante para este ataque, prendia-se com o facto de que este dirigente estava a distanciar-se dele (Izetbegovic) e manifestara o desejo de viver em paz e harmonia com os seus vizinhos sérvios e croatas. Alija Izetbegovic não estava disposto a tolerar discordâncias, nem a permitir que se abrissem brechas na teoria de inevitabilidade da guerra com base na limpeza étnica levada a cabo pelos sérvios .
Ainda em Srebernica, muitas pessoas morreram debaixo dos bombardeamentos ou apanhados pelo fogo cruzado dos combates por não conseguirem fugir.
São ilucidativas as afirmações do general francês Philippe Morillon, sobre a dificuldade de evacuação de civis desta cidade:
«Foram as autoridades de Izetbegovic que se opuseram a que se evacuasse quem o pedia, e eram muitos a pedi-lo.»
Para se encontrar explicações para esta táctica de Izetbegovic, é necessário colocar esta simples pergunta:
Será que era necessária uma carnificina para justificar perante a opinião pública a intervenção da NATO na Bósnia?
Em Sarajevo, no início de Agosto de 1995, o comandante francês das tropas da NATO/SFOR repara que atiradores bósnios passavam o dia inteiro a fazer fogo contra a própria população. Talvez para não voltar ver e falar sobre o que não devia, este general francês foi rapidamente retirado do seu posto de comando nesta cidade.
A 28 de Agosto do mesmo ano, foi dado enfâse a um massacre levado a cabo pela artilharia sérvia que terá morto 41 pessoas. Dois meses mais tarde descobre-se que afinal essas pessoas tinham sido vítimas de uma provocação montada pelo governo de Izetbegovic. Foram os especialistas britânicos que confirmaram que as granadas tinham sido lançadas por tropas governamentais da Bósnia.
Para finalizar, fica a opinião do escritor Michel Collon, que num artigo para o rebelion.org, afirma categóricamente:
Era necessário apresentar uma imagem a preto e branco dum povo vitima dos seus agressores. Na realidade, mesmo em Sarajevo, os franco-atiradores de Izetbegovic assassinavam regularmente os habitantes dos bairros sérvios da cidade. No entanto nunca se falou disso.
Atrocidades terriveis cometiam-se também em Mostar. Mas ali, estavam a lutar as forças croatas e muçulmanos (que eram os amigos). Os sérvios já há muito haviam sido todos expulsos. No entanto nunca se falou disso.
Aqui ficam mais algumas factos e testemunhos acerca da guerra na Bósnia e do conflito dos Balcãs.
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