Lá pela ilha da Madeira, o bailinho continua. E a paródia também!
Alberto João que há uns anos chamava Cavaco Silva de Sr. Silva e sobre quem afirmou: "o Sr. Silva só foi alguém neste país porque o PSD o fez", agora presenteia este mesmo Sr. Silva com todas as honras e mordomias .
O Sr. Silva por sua vez, mostra-se imensamente agradecido pela mudança de tratamento dado por Alberto João e como retribuição assobia para o lado perante as vergonhosas atitudes deste. Assim, vai sendo cúmplice da fanfarronice e da falta de respeito com que Alberto João trata a democracia - anulando por exemplo do protocolo a habitual sessão solene no parlamento madeirense, a oposição - sobre quem afirmou: "o bando de loucos que está dentro da Assembleia Legislativa", especificando: "o fascista do PND, o padre Egdar do PCP e aqueles tipos do PS", e até o próprio Presidente da República. A este, sujeita-o a cumprir as regras delineadas por si como se de ordens na sua coutada se tratasse e que entre outras coisas, arreda completamente os deputados e partidos da oposição de terem qualquer participação nesta visita do Presidente da República à região.
A tudo isto o Sr. Presidente da República vai sorrindo, elogiando e divertindo-se sem mostrar o menor indício de incómodo.
Mas para que o ramalhete ficasse dividamente composto, a Sra. Silva resolveu também entrar na paródia. Senão vejamos:
Edgar Silva deputado do PCP, na audiência com o Chefe de Estado, entregou cópia do estudo do ISCTE (2005) sobre a territorialização da pobreza em Portugal, cujos níveis na Madeira aparecem muito acima da média nacional, mais de 83 mil pobres e um grau de risco de pobreza monetária na ordem dos 34%. O relatório do ISCTE deu fundamento ao Plano Nacional para a Acção da Inclusão, documento entregue por Portugal junto das instituições comunitárias.
Ora quando a nossa primeira dama, Sra. Silva, cumpria a sua importante missão de tratamento de imagem pública mostrando a necessária preocupação pelos mais desfavorecidos, coitadinhos... e participava num encontro na Caritas Diocesa do Funchal, foi-lhe solicitado pelos jornalistas um comentário sobre este relatório. A nossa primeira dama não esteve com meias medidas e recusou o repto com este agumento irrefutável:
"Não gosto de números. Como não falei com o ISCTE não posso responder. Mas honestamente não acredito nisso. Não li o relatório, nem vou lê-lo! As pessoas da Segurança Social que falaram aqui comigo disseram-me que vão entrar em contacto directo com o ISCTE. Mas isso é com elas, não é comigo..."
Temos assim que a Sra. Silva, consegue não acreditar num relatório mesmo sem o ler pressupondo que também não sabe o que lá está. Além disso, o relatório até foi entregue por um dos loucos que compôem o bando de loucos que está na Assembleia Legislativa.
Mas traduzindo esta resposta para uma linguagem popular, o que a nossa primeira dama, Sra. Silva, disse foi isto:
Bardamerda mais os números!
Eu antes quero acreditar no que me dá jeito. Neste momento dá-me mais jeito acreditar no que me dizem as pessoas que dizem aquilo que pode e deve ser dito sob pena de terem o Sr. Alberto João à perna, do que em números que traduzem uma realidade sobre o qual não é nada cómodo comentar. Além disso, eu e o meu marido estamos aqui a passar dias perfeitos e não podemos fazer desfeitas ao nosso anfitrião que nos tem tratado tão bem, mas que quando se zanga diz umas coisas muito feias como o meu marido já teve oportunidade de ouvir noutros tempos. Por isso estamos aqui em paz e a gozar esta bela estadia com uma preocupação muito grande em não abordar assuntos que possam incomodar o nosso amigo Alberto João.
Pois... acho bem. Que continue o bailinho!
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