A Comissão Política do PS que reuniu anteontem à noite teve como tema principal a discussão do novo Código Laboral.
Sócrates tenta a todo o custo convencer os dirigentes e militantes do PS dos beneficios(???) do novo código do trabalho. Fazê-los compreender o que eles não conseguem compreender porque não é compreensivel. Muitos dirigentes e militantes do PS vêem e compreendem apenas aquilo que qualquer cidadão com um cérebro normal vê e compreende:
1 - Que este novo código do trabalho lesa gravemente os trabalhadores em várias vertentes.
2 - Que este novo código do trabalho não resolve o problema da precariedade, apenas a legaliza, ou seja, a partir do novo código laboral, as ilegalidades dos recibos verdes, dos contratos temporários e outros, passam a ser legais mediante o pagamento de uma pequena taxa ao estado (que nós sabemos, sairá inevitávelmente do bolso do trabalhador a recibo verde).
3 - Que este novo código do trabalho coloca instrumentos legais ao serviço do patronato que deixará os trabalhadores numa situação ainda mais frágil e submissa.
4 - Que este novo código do trabalho é um retrocesso sem precedentes nos direitos e garantias de quem trabalha.
5 - Que este novo código do trabalho vai mais longe no seu carácter exploratório que o código laboral proposto pelo governo PSD/PP/Bagão Félix, que o PS enquanto partido da oposição tanto condenou.
Ou seja, este novo código do trabalho choca inevitávelmente com o discurso socialista e não só não vai resolver os problemas laborais, económicos e sociais actualmente existentes, como vai transformar os trabalhadores em simples instrumentos utilizados ao sabor das vontades e dos lucros do capital, com todos os prejuizos que isso vai acarretar nas relações familiares e sociais, na qualidade de vida, entre outros.
Isto é o que qualquer simples mortal, após conhecer o conteúdo do projecto, percebe sem grandes dificuldades.
Para o esforço de Sócrates e dos seus súbtidos em iludir os seus colegas de partido, eu ainda sou capaz de encontrar razões. Mas, o que mais me chamou a atenção da notícia foi a postura de João Proença, lider da suposta central sindical UGT.
João Proença, membro desta comissão política, entrou mudo e saiu calado.
Questionado por um jornalista sobre esta dúbia postura, João Proença respondeu que não confunde a sua condição de sindicalista com a de dirigente do PS.
E disse mais: que não usava as reuniões do partido para defender os pontos de vista como chefe da UGT.
Quando o jornalista lhe perguntou se “tinha dupla personalidade política”, sentiu-se ofendido e respondeu-lhe: “dupla personalidade política terá o senhor!”
Este João Proença é o máximo!
Quem quer implementar este código de trabalho é o governo PS, quem vai sair lesado e está contra ele são os trabalhadores que João Proença diz defender.
João Proença estava exactamente no sítio certo para expôr as razões da sua discordância e discutí-las.
O que impede este senhor de defender cara a cara e em discussão interna aquilo que supostamente defende nas ruas?
Ou será que aquilo que João Proença defende para fora de portas é apenas um embuste?
Claro que perante as intervenções públicas que tem feito, o seu silêncio na comissão política do PS é demasiado suspeito e ainda justificava algumas perguntas mais. Por exemplo:
Enquanto chefe da UGT, usa as reuniões desta para defender os pontos de vista do PS?
Qual é a sua verdadeira opinião relativamente ao código do Trabalho, a que manifesta na rua ou a que manifesta nas reuniões da Comissão política do PS?
Quem é que anda a enganar, os trabalhadores da UGT ou o PS?
A postura deste servente do capital, além de defraudar os trabalhadores da UGT que nele confiam para os defender, ainda consegue provocar outros danos.
Como todos sabemos, quando estas atitudes são abordadas públicamente, são incluídos convenientemente todos os sindicatos e todos os sindicalistas. Nestas coisas, não convém fazer separações, metem-se todos os sindicatos e sindicalistas em geral, tudo no mesmo saco e denigre-se tudo e culpam-se todos, tal como convém para a divisão dos trabalhadores.
Não se faz a devida separação entre o verdadeiro e legitimo sindicato dos trabalhadores, a CGTP-IN, e os pseudos-sindicatos e pseudo-sindicalistas, a UGT, ao serviço do poder dominante.
João Proença prestou mais um péssimo serviço aos trabalhadores e à causa sindical - apenas mais um. Em contrapartida prestou mais um favor aos seus amigos do PS - apenas mais um - que concerteza será recompensado um dia mais tarde.
Ao contrário do Chefe dos Amarelos, saliente-se a postura oposta de Carlos Trindade, dirigente nacional da CGTP-IN, e membro da Comissão política do PS (e eu que pensava que na CGTP só haviam comunistas... pelo menos é o que nos dizem...).
Carlos Trindade, coerentemente, e tal como lhe competia, não perdeu a oportunidade para nesta reunião fazer ouvir os seus protestos contra o novo código do trabalho.
No final, ainda se queixou aos jornalistas dos “ministros que se dizem de esquerda” sublinhando que “as mexidas no código laboral vão mexer com a vida de milhões de trabalhadores”.
Justificando as suas divergências, esclareceu: “se não transmitisse as minhas opiniões não era, em termos intlectuais, sério”.
João Proença, devia ler muitas vezes este esclarecimento de Carlos Trindade para perceber que a mesma cabeça não pode pensar duas coisas opostas sobre o mesmo assunto em função do sitio onde está e de quem está presente.
Mas, COERÊNCIA E CONSISTÊNCIA SÃO COISAS QUE NADA DIZEM A ESTE SENHOR!
Ele lá saberá porquê!...
Decididamente, João Proença discorda totalmente de Che Guevara que afirmava:
"A Revolução é algo que se tem na alma, não na boca para viver dela"
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